Nova onda de refugiados ucranianos é esperada, Rússia mira energia antes do inverno
Por Tom Balmforth
KIEV (Reuters) - Países do leste europeu estão se preparando para uma possível onda de refugiados ucranianos enquanto a Rússia mira usinas de energia e aquecimento antes do inverno, com o presidente Volodymyr Zelenskiy dizendo que cerca de 4 milhões de pessoas já estão sem energia.
Zelenskiy afirmou que 14 regiões mais a capital Kiev estão sem energia e a operadora de rede elétrica da Ucrânia Ukrenergo disse que interrupções de energia programadas afetariam todo o país na quarta-feira.
As forças russas têm atacado a infraestrutura de energia da Ucrânia com mísseis e ataques de drones no período que antecede o inverno, quando as temperaturas médias geralmente caem para vários graus abaixo de zero.
Acredita-se que cerca de 6,9 milhões de pessoas foram deslocadas internamente na Ucrânia, e países do leste europeu, como Eslováquia e Hungria, se preparam para um influxo nos próximos meses.
"Um aumento nos números está sendo sentido e é esperado", disse Roman Dohovic, coordenador de ajuda para a cidade de Kosice, no leste da Eslováquia.
As forças ucranianas estão na ofensiva nos últimos meses, ao mesmo tempo em que a Rússia está se reagrupando para defender áreas da Ucrânia que ainda ocupa, tendo convocado centenas de milhares de reservistas no mês passado.
Zelenskiy disse que suas forças não cederiam "um único centímetro" em batalhas pela região leste ucraniana de Donetsk, enquanto autoridades instaladas pela Rússia disseram que as forças ucranianas estavam se movendo para uma cidade do sul com tanques.
Os pontos centrais do conflito na região industrial de Donetsk estão em torno das cidades de Bakhmut, Soledar e Avdiivka, que têm registrado os combates mais pesados desde que as forças russas invadiram a Ucrânia no final de fevereiro.
"A atividade dos ocupantes permanece em um nível extremamente alto - dezenas de ataques todos os dias", disse Zelenskiy em seu discurso noturno em vídeo na terça-feira.
"Eles estão sofrendo perdas extraordinariamente altas. Mas a ordem continua a mesma - avançar na fronteira administrativa da região de Donetsk. Não cederemos um único centímetro de nossa terra", declarou ele.