Petrolíferas devem pagar pelas mudanças climáticas, dizem países pobres aos ricos na COP27

Publicado em 08/11/2022 10:44

Por William James e Richard Valdmanis e Dominic Evans

SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) - Líderes de países pobres criticaram governos de nações ricas e empresas petrolíferas por impulsionarem o aquecimento global, usando seus discursos nesta terça-feira na cúpula do clima COP27 no Egito para exigir que eles paguem pelos danos causados às suas economias.

Pequenos Estados insulares já atingidos por tempestades oceânicas cada vez mais violentas e aumento do nível do mar pediram às companhias petrolíferas que desembolsem alguns de seus enormes lucros recentes, enquanto os Estados africanos em desenvolvimento pediram mais fundos internacionais.

"A indústria de petróleo e gás continua a ganhar quase 3 bilhões de dólares diariamente em lucros", disse Gaston Browne, primeiro-ministro de Antígua, falando na conferência em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares.

"Já está na hora dessas empresas pagarem um imposto global de carbono sobre seus lucros como fonte de financiamento para perdas e danos", disse ele. "Enquanto eles estão lucrando, o planeta está queimando."

Os comentários refletiram a tensão nas negociações internacionais sobre o clima entre países ricos e pobres, já que os delegados participaram do segundo dia completo da conferência de duas semanas na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh.

O presidente do Senegal, Macky Sall, disse na conferência que os países pobres em desenvolvimento da África precisam de mais financiamento para adaptação ao agravamento das mudanças climáticas e resistiram aos pedidos de uma mudança imediata dos combustíveis fósseis que poderiam prejudicar seu crescimento econômico.

"Sejamos claros, somos a favor da redução das emissões de gases de efeito estufa. Mas nós, africanos, não podemos aceitar que nossos interesses vitais sejam ignorados", disse.

Dezenas de outros chefes de Estado e de governo falarão nesta terça-feira, mas muitos dos maiores poluidores do mundo, incluindo Estados Unidos, China e Índia, não estão na programação.

Fonte: Reuters

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