China fará mudanças "substanciais" na política para Covid-19 em breve, diz ex-autoridade chinesa

Publicado em 04/11/2022 12:00

XANGAI (Reuters) - A China fará mudanças substanciais em sua política de "Covid-zero" nos próximos meses, disse uma ex-autoridade de controle de doenças do país em uma conferência organizada pelo Citi nesta sexta-feira, de acordo com uma gravação da sessão ouvida pela Reuters.

Zeng Guang, ex-epidemiologista-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças que permaneceu falando publicamente sobre luta da China contra a Covid-19, disse que as condições para a abertura do país estão "acumulando", citando novas vacinas e o progresso que a China fez na pesquisa de medicamentos antivirais.

Questionado pelo economista-chefe do Citi na China, Yu Xiangrong, se a China se abrirá após sua reunião anual do Parlamento, que tradicionalmente ocorre no início de março, ele disse que muitas novas políticas serão introduzidas nos próximos cinco a seis meses, sem indicar a base para essa informação. 

"A situação está mudando agora e a política de "Covid-zero" da China também passará por grandes mudanças. Mudanças substantivas acontecerão em breve", disse ele, de acordo com a gravação da sessão, intitulada "Estratégia de saída da China da Covid-zero".

As observações de Zeng estimulam as expectativas recentes dos investidores de que a China afrouxará algumas das medidas rígidas que a tornaram uma exceção global e infligiram danos profundos à segunda maior economia do mundo.

Especialistas em saúde pública alertaram que reverter o rígido regime de Covid-19 da China exigirá um cronograma e uma estratégia claros para reforços em um país de 1,4 bilhão de pessoas com pouca imunidade natural, e muitos acreditam que a China começará a flexibilização significativa somente após a sessão parlamentar de março.

Autoridades relataram nesta sexta-feira 3.871 novas infecções transmitidas localmente no dia anterior, um número minúsculo para os padrões globais, mas o maior na China desde o início de maio.

(Reportagem das redações de Pequim e Xangai)

Fonte: Reuters

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