Bolsonaro tem rápido encontro com Alckmin e fala em transição pautada pelo interesse público
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Jair Bolsonaro esteve no Palácio do Planalto por alguns minutos, nesta quinta-feira, com o objetivo de cumprimentar o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que disse que o atual mandatário prometeu uma "transição pautada pelo interesse público".
O rápido encontro ocorreu depois da reunião da equipe de transição do novo governo, que tem Alckmin como coordenador, com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
"Foi positivo, o presidente convidou --nós já estávamos saindo-- para que fosse até lá ao seu gabinete", disse Alckmin a jornalistas ao deixar o Tribunal de Contas da União (TCU), onde a equipe de transição teve uma reunião com o presidente em exercício do órgão, Bruno Dantas.
"(Bolsonaro) reiterou o que disse o ministro Ciro Nogueira e o ministro general Ramos (da Secretaria-Geral da Presidência), da disposição do governo federal de prestar todas as informações, colaborações, para que se tenha aí uma transição pautada pelo interesse público", acrescentou o vice-presidente eleito.
Alckmin não quis se alongar sobre o conteúdo do encontro com Bolsonaro. "O presidente fala depois o teor da conversa, mas foi, em resumo, reiterar os compromissos em relação à transição -- pautada na transparência, na continuidade dos trabalhos, no planejamento, na previsibilidade."
Bolsonaro não chegou a reconhecer publicamente a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição presidencial, mas deu sinal verde para que seu governo vá em frente com o processo de transição com a equipe do presidente eleito, como prevê a legislação.
O presidente, que tem permanecido no Palácio da Alvorada nesses dias depois das eleições, foi embora do Planalto poucos minutos depois do encontro com Alckmin.
O vice eleito esteve no Planalto para reunião com Ciro Nogueira, quando foi oficialmente apresentado como o coordenador da transição -- sua nomeação deve sair na sexta-feira. Com ele estavam a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o coordenador de programa de governo da campanha de Lula, Aloizio Mercadante.
Perguntado sobre como era voltar ao Planalto seis anos depois de ter saído no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff --de quem era um dos ministros mais próximos-- Mercadante afirmou que o melhor era voltar pela porta da frente.
“Só tem uma forma de voltar ao Planalto e exercer um cargo público: é pela porta da frente, com voto popular, eleição limpa como a que vivemos”, disse.
(Edição de Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)