Protestos interditam BR-163 e trecho da Dutra após eleições

Publicado em 31/10/2022 07:41 e atualizado em 31/10/2022 10:55

Por Andre Romani e Rafaella Barros

SÃO PAULO (Reuters) - Protestos realizados por manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro interditavam a BR-163 em seis pontos no Mato Grosso na manhã desta segunda-feira, enquanto a Via Dutra foi impactada em ambos os sentidos em trecho no Rio de Janeiro, após o resultado do segundo turno das eleições, vencido por Luiz Inácio Lula da Silva.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou por volta das 10h que foram registradas situações de "bloqueio/aglomeração" em 12 Estados, incluindo o Distrito Federal, com 70 pontos no total. A corporação, que promoveu centenas de ações na véspera para averiguação de ônibus com eleitores apesar de proibição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não citou nesta segunda-feira bloqueios de manifestantes no Nordeste.

Manifestantes pró-Bolsonaro fecham trecho da BR-163 em Mato Grosso. Foto: Poder 360

Vídeos que circulam na internet mostram pneus pegando fogo em trechos da BR-163 no Mato Grosso. A rodovia é uma importante rota de transporte para produtos do agronegócio do Mato Grosso em direção aos portos do Arco Norte, como o de Miritituba, em Itaituba, no Pará.

A concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, confirmou em balanço das 8h50 o fechamento nos seguintes pontos: Nova Mutum, na altura dos kms 594 e 602; Lucas do Rio Verde, no km 691; Sorriso, km 746; e Sinop, no km 835. A empresa também citou bloqueio da BR-364 no km 395 e da Rodovia dos Imigrantes, Trevo do Lagarto km 524 da BR-070.

Segundo a Rota do Oeste, também houve bloqueio em Rondonópolis na altura do km 119, mas a via foi posteriormente liberada.

A reportagem procurou a Secretaria de Segurança do Mato Grosso, mas não conseguiu contato. A PRF do Mato Grosso também foi procurada, mas não respondeu imediatamente.

Procurada, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que tem diálogo próximo com o governo de Bolsonaro, afirmou que vai se reunir "ainda pela manhã para avaliar" a situação. A entidade não informou se apoia as manifestações.

A CNTA divulgou balanço às 9h informando 19 pontos de interdições em rodovias, dos quais seis no Mato Grosso, seis em Santa Catarina, 2 no Rio Grande do Sul, 2 no Paraná, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro.

Em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, há interrupção em ambos os sentidos da Via Dutra, rota de interligação do Estado com São Paulo, no km 281, segundo boletim às 9h19 da concessionária da rodovia, a CCR RioSP, da CCR.

As manifestações geravam cerca de 26 quilômetros de lentidão ao todo e foi implantada uma operação de contingência no km 303 da pista sentido Rio de Janeiro para desvio de tráfego, segundo a concessionária. A PRF estava no local, disse a CCR RioSP.

A PRF de São Paulo também citou dois focos de manifestações mais cedo nas rodovias federais BR-153 e BR-116, mas disse que os trechos já foram liberados.

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirmou em nota oficial que os caminhoneiros não irão parar para protestar contra o resultado das eleições.

A categoria "não participa e nem participará de nenhum movimento de paralisação ou bloqueio de rodovias para protestar e questionar o resultado das eleições que elegeu o candidato Luiz Inácio Lula da Silva como novo Presidente do Brasil", afirmou.

A PRF disse que segue atenta com relação aos bloqueios, "monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos".

(Com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello e Rodrigo Viga Gaier)

Fonte: Reuters

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