Reuters: TCU conclui 86% de auditoria em urnas sorteadas sem encontrar erros na totalização do primeiro turno
Por Lisandra Paraguassu
(Reuters) - O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu até a manhã desta sexta-feira 86% das auditorias dos boletins de urnas sorteadas do primeiro turno das eleições gerais realizados em 2 de outubro, sem encontrar qualquer erro na totalização dos votos realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostraram dados da corte de contas.
O presidente em exercício do TCU, Bruno Dantas, teve um encontro na quinta com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para apresentar o painel da auditoria dos boletins de urna publicado no site da corte de contas e disse que o trabalho também foi mostrado a observadores eleitorais da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanham a eleição, cujo segundo turno ocorrerá no próximo domingo.
"Nós tínhamos cogitado inicialmente só levar quando tivesse pronto, mas como está chegando o segundo turno, a gente achou que o resultado é tão bom e tão expressivo para mostrar para a população", disse Dantas.
"Ontem eu apresentei também esse painel eletrônico para a comitiva da OEA que veio observar a eleição. Eles ficaram encantados e consideraram que é um reforço muito grande na transparência. E deixa claríssimo para a população não só que as urnas são auditáveis, mas que também a auditoria está sendo feita e os resultados são visíveis para todos", acrescentou.
O TCU está cruzando os dados de 4.161 boletins de urna com os dados totalizados pelo TSE. Até a manhã desta sexta, os dados de 3.591 urnas já haviam sido checados sem que nenhum erro tivesse sido encontrado. Ao todo, o país tem 472.075 seções eleitorais --cada seção corresponde a uma urna.
A checagem da corte de contas pode ser acompanhada no site .
Após o encerramento da votação, cada uma das urnas usadas na eleição imprime um boletim onde constam todos os votos depositados naquela urna. Esses boletins ficam à disposição da população na internet.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição que enfrentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial no próximo domingo, com frequência afirma, de forma incorreta, que as urnas não são auditáveis e alega, sem apresentar provas, que houve fraude nas eleições de 2014 e 2018, o que já foi rechaçado pelo TSE.
Bolsonaro aparece atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto para o pleito de domingo. O presidente recentemente recusou-se a responder se aceitará o resultado das urnas caso seja derrotado e faz ataques constantes a Moraes, ao TSE e ao Poder Judiciário.