Prévia da inflação, IPCA-15 sobe 0,16% em outubro, diz IBGE

Publicado em 25/10/2022 09:13 e atualizado em 25/10/2022 10:35

SÃO PAULO (Reuters) - Os preços ao consumidor brasileiro voltaram a subir, de acordo com os dados de outubro do IPCA-15, superando as expectativas e com o aumento nos preços de plano de saúde compensando redução nos custos de combustíveis.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve no mês alta de 0,16%, depois de apresentar deflação por dois meses seguidos, mostraram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O índice considerado prévia da inflação oficial havia recuado 0,73% em agosto e 0,37% em setembro graças a medidas do governo e à queda nos preços de combustíveis.

Mesmo com a retomada da alta, o IPCA-15 passou a acumular em 12 meses alta de 6,85%, abaixo dos 7,96% de setembro e patamar mais baixo desde abril de 2021. Apesar de permanecer abaixo de 7%, a leitura ainda está bem acima do teto da meta oficial para a inflação este ano, cujo centro é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA --já abandonada pelo Banco Central.

As leituras de outubro foram mais fortes do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,05% na base mensal e de 6,75% em 12 meses.

No mês, o maior impacto entre as altas foi exercido pelo grupo de Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 0,80%, devido principalmente ao aumento de 1,44% nos preços dos planos de saúde, diante de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Vestuário apresentou a maior alta entre os grupos, de 1,43%, enquanto Alimentação e bebidas deixou para trás o recuo de 0,47% de setembro e avançou 0,21% em outubro.

Na outra ponta, os preços de combustíveis seguiram em queda, em meio ao recuo dos preços praticados pela Petrobras nas refinarias. Etanol (-9,47%), gasolina (-5,92%), óleo diesel (-3,52%) e gás veicular (-1,33%) ajudaram a levar o grupo Transportes a registrar queda de 0,64% em outubro.

No entanto, a deflação de Transportes perdeu força em relação a setembro, uma vez que as passagens aéreas dispararam 28,17%, exercendo o maior impacto positivo individual no IPCA-15 de outubro. Comunicação (-0,42%) e Artigos de residência (-0,35%) também registraram queda nos preços.

Para conter a inflação, o Banco Central promoveu um agressivo aperto da política monetária e elevou a taxa básica de juros a 13,75%. O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir nesta semana para decidir sobre a Selic, e a expectativa é de que anuncie manutenção na quarta-feira.

Mas, depois de ter interrompido o ciclo de aperto, a autoridade monetária afirmou que não hesitará em retomar as altas nos juros se a redução da inflação não transcorrer como o esperado.

Pesquisa Focus realizada pelo BC com uma centena de economistas mostra que a expectativa do mercado é de que a inflação encerre este ano a 5,60% e o próximo a 4,94%.

Fonte: Reuters

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