Reuters: Campanha de Bolsonaro diz que rádios deixaram de veicular inserções; TSE cobra provas

Publicado em 25/10/2022 07:55

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - A campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, em denúncia enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rádios do país não têm veiculado adequadamente as inserções eleitorais do atual presidente, supostamente favorecendo o adversário no segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em resposta à denúncia, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que os fatos narrados "não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério", mas de um "suposto e apócrifo" relatório de veiculações em rádio, e cobrou que sejam apresentadas provas, alertando que uma falsa acusação poderá ser encarada como crime eleitoral.

"Determino, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, que a coligação requerente adite a petição inicial com a juntada de provas e/ou documentos sérios que comprovem sua alegação, sob pena de indeferimento da petição inicial por inépcia e determinação de instauração de inquérito para apuração de crime eleitoral praticado pelos autores", afirmou o ministro.

Segundo a campanha de Bolsonaro, relatórios produzidos por uma auditoria contratada apontaram uma exposição maior de Lula nas rádios no período de 7 a 14 de outubro, em especial na Região Nordeste. Durante o segundo turno, ambos os candidatos têm direito a tempo igual de propaganda gratuita em rádio e televisão.

No documento enviado ao TSE, a campanha de Bolsonaro aponta para suposta "fraude eleitoral, com possível caracterização de abuso dos meios de comunicação em rádio, arquitetada em favor da Coligação Brasil da Esperança e da candidatura do candidato Luiz Inácio Lula da Silva". A campanha pede a suspensão da propaganda da chapa de Lula em todo o território nacional.

Procurada, a campanha de Lula não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Moraes ressaltou em seu despacho que a denúncia apresentada pela campanha de Bolsonaro poderá ser caracterizada como crime eleitoral caso seja constatada a intenção de tumultuar o pleito eleitoral a uma semana antes da votação, em 30 de outubro.

"Nem a petição inicial, nem o citado relatório apócrifo indicam eventuais rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio para a coligação requerente; nem tampouco a indicação de metodologia ou fundamentação de como se chegou à determinada conclusão", disse o ministro.

"Tal fato é extremamente grave, pois a coligação requerente aponta suposta fraude eleitoral sem base documental alguma, o que, em tese, poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana."

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta, mas tem maior perda semanal deste setembro com preocupação fiscal
Dólar termina semana com valor recorde de R$6,0012 no fechamento
S&P 500 e Dow Jones fecham em recordes com  impulso de ações de tecnologia
Vendas de diesel no Brasil batem recorde em outubro, diz ANP
Europeu STOXX 600 avança com ações de tecnologia
Galípolo diz que BC não defende nível de câmbio e só atua em caso de disfuncionalidade
undefined