Rússia pede retirada de moradores antes de batalha na cidade ucraniana de Kherson

Publicado em 19/10/2022 08:25

Por Pavel Polityuk

KIEV (Reuters) - Uma das mais altas autoridades nomeadas pela Rússia na Ucrânia ocupada disse que o Exército ucraniano está prestes a iniciar uma tentativa de retomar a cidade de Kherson, no sul, e pediu aos moradores que deixem o local para sua segurança.

Kirill Stremousov, vice-chefe da administração local, fez um apelo em vídeo depois que as forças russas na área foram repelidas por 20 a 30 quilômetros nas últimas semanas. Elas correm o risco de ficarem presas na margem ocidental do rio Dnipro, com 2.200 km de extensão, que corta a Ucrânia.

Oito meses depois de ser invadida, a Ucrânia está processando grandes contraofensivas no leste e no sul para tentar tomar o máximo de território possível antes do inverno.

Kherson é o maior centro populacional tomado por Moscou no que chama de "operação militar especial" na Ucrânia desde o início da ação em 24 de fevereiro. A cidade está em território que o presidente Vladimir Putin diz estar agora formalmente incorporado à Rússia, um movimento que a Ucrânia e o Ocidente não reconhecem.

O conflito matou milhares, deslocou milhões, pulverizou cidades ucranianas, abalou a economia global e retomou fissuras geopolíticas da era da Guerra Fria.

Stremousov disse que Kherson e especialmente sua margem direita podem ser bombardeadas por forças ucranianas, acrescentando que os moradores que partirem receberão acomodações dentro da Rússia.

"Peço que levem minhas palavras a sério e as interpretem como um chamado para retirada o mais rápido possível", disse ele.

"Nós não planejamos entregar a cidade, vamos ficar até o último momento."

A agência de notícias Tass informou que o chefe geral da região de Kherson, instalado pela Rússia, disse que cerca de 50.000 a 60.000 pessoas seriam encaminhadas para a Rússia e para a margem esquerda do rio Dnipro nos próximos seis dias. A cidade de Kherson tinha uma população pré-guerra de cerca de 280.000 pessoas, mas muitos fugiram desde então.

"O lado ucraniano está reunindo forças para uma ofensiva em larga escala", disse Vladimir Saldo, a autoridade. "Onde os militares operam, não há lugar para civis."

Os apelos por retirada seguem uma avaliação sombria das perspectivas da Rússia na área feita pelo general Sergei Surovikin, o novo comandante das forças russas na Ucrânia.

"A situação na área da 'operação militar especial' pode ser descrita como tensa", disse Surovikin ao canal de notícias estatal Rossiya 24. "A situação nesta área (Kherson) é difícil. O inimigo está atacando deliberadamente a infraestrutura e os edifícios residenciais."

Fonte: Reuters

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