Goldman Sachs anuncia reestruturação após lucro cair menos do que esperado no 3° tri

Publicado em 18/10/2022 11:38

BENGALURU, Índia (Reuters) - O Goldman Sachs anunciou nesta terça-feira uma reorganização dos seus negócios em três divisões, menos de três anos após a última reestruturação, enquanto também divulgou uma queda de 44% no lucro do terceiro trimestre ante um ano antes, menor do que a esperada por analistas.

O Goldman agora terá três segmentos operacionais - gestão de ativos e de patrimônio; global banking; e mercados e soluções de plataforma. A instituição não deu detalhes sobre os executivos que vão comandar as unidades.

As ações do banco de investimento subiam 2,5%, para 314,5 dólares cada, em negociações pré-mercado.

A remodelação ocorre no momento em que o Goldman busca aumentar sua receita em negócios baseados em tarifas, uma vez que a elevação dos juros nos Estados Unidos reduziu as avaliações de empresas e o volume de transações corporativas. Além disso, a medida vem após um corte de empregos global realizado pelo banco em setembro.

"É hora de ser cauteloso", disse o presidente-executivo do Goldman Sachs, David Solomon, em entrevista à CNBC, referindo-se ao estado da economia.

"Você deve esperar que haja mais volatilidade no horizonte agora. Isso não significa com certeza que temos um cenário econômico realmente difícil. Mas na possibilidade dos resultados, há uma boa chance de termos uma recessão nos EUA, " ele disse.

LUCRO CAI MENOS QUE O PREVISTO

O volume de transações diminuiu no terceiro trimestre, lançando uma sombra sobre alguns dos negócios mais lucrativos do Goldman Sachs. No entanto, o aumento das taxas de juros resultou em elevação de 31% na margem financeira líquida.

Isso, em parte, ajudou o banco a registrar um lucro de 8,25 dólares por ação no trimestre encerrado em 30 de setembro, superando facilmente a média das estimativas dos analistas, de 7,69 dólares, segundo dados da Refinitiv.

A receita total caiu 12%, para 11,98 bilhões de dólares no trimestre, enquanto a receita de banco de investimento chegou a 1,58 bilhão de dólares, queda de 57% em relação ao ano passado, refletindo uma diminuição no número de fusões e aquisições e de ofertas de ações e dívidas.

Após uma rodada de cortes de empregos em setembro, Solomon disse nesta terça-feira que o Goldman não tem planos de demissões adicionais.

"O mercado certamente parece ver a reorganização do Goldman como uma estratégia positiva e bem pensada", disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da B. Riley Wealth.

Diante dos aumentos agressivos nas taxas de juros, os investidores impulsionaram a atividade de trading, ajudando a divisão de renda fixa, moeda e commodities do banco.

Nos negócios de varejo e gestão de patrimônio, o Goldman viu a receita saltar 18%, para 2,38 bilhões de dólares no trimestre, com maior demanda por empréstimos e taxas mais altas de gestão de ativos.

O Goldman disse que sua unidade de varejo será dividida em dois negócios separados - gestão de patrimônio e soluções de plataforma. A unidade Platform Solutions incluirá a GreenSky, a fintech que o Goldman comprou em um negócio de 2,2 bilhões de dólares.

(Por Niket Nishant e Noor Zainab Hussain)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024