Ibovespa fecha em alta com impulso de Petrobras após corte de produção pela Opep+

Publicado em 05/10/2022 17:14

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, tendo Petrobras entre os maiores ganhos após a Opep+ aprovar um corte profundo na produção de petróleo, enquanto o segundo turno da eleição presidencial no Brasil permanece no radar.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,83%, a 117.197,82 pontos. O volume financeiro somou 28,4 bilhões de reais.

Na visão de Marco Ribeiro Noernberg, sócio e chefe de renda variável na Manchester Investimentos, a principal notícia do dia foi a decisão da Opep+, em razão do seu efeito nos preços do petróleo, com reflexos para Petrobras.

Em reunião em Viena, o grupo decidiu cortar a produção de petróleo de 2 milhões de barris por dia, segundo fontes disseram à Reuters.

Ele também chamou a atenção para o dado do setor de serviços dos Estados Unidos em setembro, que ficou acima do esperado, mas mostrou desaceleração ante agosto.

"É uma notícia boa para empresas do setor de serviços, mas talvez um crescimento que não afeta a perspectiva de inflação de forma considerável", avaliou. O setor de serviços responde por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou distante da mínima do pregão, o que ajudou o Ibovespa a firmar o sinal positivo na segunda etapa da sessão. Mais cedo, no pior momento, o índice brasileiro recuou a 115.906,33 pontos.

Da cena política, tanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) receberam apoios para o segundo turno, enquanto o mercado segue atento a sinalizações, principalmente de Lula, sobre políticas econômicas.

Para economistas do Goldman Sachs, a direção do mercado provavelmente refletirá sinais relacionados ao segundo turno, se Lula deslocar sua campanha e plataforma política mais para o centro, conforme relatório enviado a clientes.

O mercado, acrescentaram, também busca sinais, em particular do petista, para cargos relevantes como o de ministro da Fazenda, além de um contorno mais preciso para propostas como reforma tributária e a âncora fiscal para substituir o teto dos gastos.

Nem a campanha de Lula nem a equipe de Bolsonaro divulgaram formalmente a proposta fiscal que será levada adiante em caso de vitória nas urnas, apenas linhas gerais dos planos.

Noernberg avalia que os próximos pregões devem ser marcados por volatilidade, embora os resultados de eleições estaduais e no Congresso Nacional mostrando vitória de partidos de centro-direita tenham animado o mercado.

 

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 3,76%, a 32,55 reais, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent avançou 1,7%, a 93,37 dólares o barril após a decisão da Opep+. No setor, 3R PETROLEUM ON valorizou-se 3,49% e PRIO ON ganhou 3,2%.

- VALE ON avançou 1,54%, a 76,96 reais, tendo pano de fundo anúncio pela mineradora de que contratou assessores para avaliar alternativas para destravar valor no longo prazo para seus acionistas. A afirmação ocorreu após notícia de que ela estaria em negociações para vender participação em metais básicos.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou estável, a 29,80 reais, enquanto BRADESCO PN subiu 1,09%, a 21,41 reais e BANCO DO BRASIL ON ganhou 1,61%, a 39,86 reais, também ajudando o Ibovespa.

- CIELO ON cedeu 2,34%, a 5,42 reais, no segundo dia de ajustes, após forte valorização na abertura da semana. Apesar da queda, os papéis ainda respondem pelo melhor desempenho no Ibovespa em 2022, com alta de cerca de 140%.

- TELEFÔNICA BRASIL ON caiu 2,55%, a 40,09 reais, no segundo pregão seguido de queda. No radar, segue a disputa entre a companhia, a TIM e a Claro envolvendo a aquisição dos ativos de telefonia móvel da Oi. TIM ON recuou 1,47%. Fora do Ibovespa, OI ON desabou 6,98%. O BTG Pactual cortou a recomendação da ação para neutra e ceifou o preço-alvo a 0,4 real, de 2,30 reais.

Fonte: Reuters

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