Ibovespa hesita com exterior ainda frágil; varejistas recuam

Publicado em 14/09/2022 12:20

O Ibovespa hesitava nesta quarta-feira, em meio a um quadro ainda frágil no exterior, enquanto varejistas estavam entre as maiores quedas após as vendas no setor no Brasil registrarem o maior declínio para julho em quatro anos.

Às 12:08, o Ibovespa subia 0,2 %, a 111.016,46 pontos. Na máxima, chegou a 111.504,47 pontos. Na mínima, atingiu 110.120,32 pontos. O volume financeiro no pregão somava 7,8 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa caiu mais de 2%, pressionado pela aversão a risco global desencadeada por dados mais fortes do que o esperado sobre a inflação nos Estados Unidos.

Nesta sessão, Wall Street continuava sensível, conforme persistem os temores sobre o tamanho e a duração dos aumentos de juros pelo Federal Reserve, mas o S&P 500 ensaiava uma melhora, com alta de 0,6%, o que ajudava a bolsa paulista.

No Brasil, o IBGE divulgou mais cedo que as vendas no varejo caíram 0,8% em julho sobre junho, em dado com ajuste sazonal, maior declínio para o mês desde 2018 (-0,9%). Na comparação ano a ano, encolheram 5,2%.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,30% na comparação mensal e de queda de 3,50% sobre um ano antes.

De acordo com Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, as vendas mais uma vez frustraram as expectativas do mercado e indicam desaceleração da atividade econômica.

"Acreditamos que a alta na taxa de juros, aliada à inflação elevada, deveria prejudicar progressivamente o setor. No entanto, esta dinâmica deve ser postergada pelo semestre dados os estímulos implementados recentemente", afirmou.

DESTAQUE

- PETROBRAS PN avançava 1,57%, a 31,13 reais, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent subia 1,67%. No setor, 3R PETROLEUM ON avançava 3,18% e PRIO ON tinha elevação de 2,37%.

- PETZ ON saltava 8,67%, a 10,65 reais, recuperando boa parte das perdas acumuladas no mês até a véspera. A empresa divulgou que a Atmos alcançou aproximadamente 5,0014% do capital social da companhia.

- MAGAZINE LUIZA ON perdia 3,62%, a 4,53 reais, após dados de vendas no varejo mais fracos do que o esperado. VIA ON caía 2,37% e AMERICANAS ON perdia 1,82%.

- VALE ON recuava 0,32%, a 68,03 reais, em dia de queda do contrato de minério de ferro mais ativo na bolsa de commodities de Dalian, na China, que caiu 0,7%, para 720,50 iuanes por tonelada.

- COGNA ON valorizava-se 5,13%, a 2,87 reais. A empresa de educação disse que a BlackRock alcançou uma participação de 10,02% do total de ações da empresa.

- ENEVA ON perdia 2,14%, a 15,53 reais. Analistas do Itaú BBA cortaram a recomendação para as ações da empresa de energia para 'market perform', avaliando que a relação risco versus retorno da companhia não é mais atrativa.

Fonte: Reuters

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