EUA e aliados não podem permitir que China domine matérias-primas e tecnologias, diz Yellen
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pedirá na terça-feira laços comerciais mais profundos entre aliados para fortalecer suas cadeias de suprimentos, combater a inflação e frustrar as "práticas comerciais desleais" da China e seus esforços para dominar os principais mercados de matérias-primas e tecnologias.
Yellen fará os comentários em um discurso em Seul após visitar as instalações da gigante da tecnologia sul-coreana LG Corp. durante a etapa final de sua visita de 11 dias à região.
"Nós não podemos permitir que países como a China usem sua posição de mercado em matérias-primas, tecnologias ou produtos importantes para desestabilizar nossa economia e exercer influência geopolítica indesejada", dirá Yellen, segundo trechos divulgados pelo Departamento do Tesouro.
Em vez disso, Yellen dirá, os Estados Unidos e aliados como a Coreia do Sul devem se concentrar em diversificar suas cadeias de suprimentos para depender mais de parceiros comerciais confiáveis, fortalecendo a resiliência econômica e reduzindo os riscos.
De acordo com os trechos das declarações, Yellen dirá que isso sustentaria o dinamismo e o crescimento da produtividade que acompanham a integração econômica, ao mesmo tempo em que ajudaria a isolar os cidadãos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul dos aumentos de preços causados por riscos geopolíticos.
As potências ocidentais correram para acabar com sua dependência excessiva da China como principal fornecedor desde o início da pandemia da Covid-19, que expôs a fragilidade das cadeias de suprimentos globais e expôs lacunas nas capacidades domésticas em setores-chave.
Yellen dirá que a pandemia e a guerra da Rússia na Ucrânia - ações que Moscou chama de "uma operação militar especial" - deixaram clara a necessidade de abordar as vulnerabilidades da cadeia de suprimentos e trabalhar para reduzir os congestionamentos e a escassez que elevaram os preços em todo o mundo.