União Europeia deve cortar perspectiva de crescimento econômico e vê inflação mais alta
Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - O combate à inflação é a prioridade econômica atual da zona do euro, apesar do enfraquecimento da expansão do bloco, disseram ministros das Finanças da região nesta segunda-feira, após serem informados sobre uma deterioração das perspectivas econômicas da Comissão Europeia.
Em uma reunião mensal regular do chamado Eurogrupo, o braço executivo da UE forneceu uma atualização de suas previsões econômicas, mostrando crescimento mais lento e inflação mais alta, disse o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, após o encontro.
"Algumas revisões para baixo podem ser esperadas, ainda mais para o próximo ano", afirmou Dombrovskis, acrescentando que o crescimento continua resiliente.
Ele disse que "a inflação será revisada para cima", antecipando o tom das previsões da Comissão, que serão divulgadas na quinta-feira.
O comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni, alertou que os riscos para a economia do bloco têm aumentado uma vez que a Rússia pode cortar seu fornecimento de gás para a Europa. Ele acrescentou que Bruxelas pode adotar uma série de medidas, que incluem imposição de tetos para os preços, de forma a reduzir a pressão inflacionária das importações de gás, embora nenhuma decisão tenha sido tomada sobre a questão.
COMBATE À ALTA DOS PREÇOS
Apesar da esperada desaceleração adicional no crescimento econômico, os ministros se concentraram no combate à inflação, indicando a disposição de se afastarem ainda mais do grande estímulo econômico oferecido durante a fase aguda da pandemia de Covid-19.
O conselho fiscal deve reconhecer que "nos afastamos da necessidade de ajudar a economia", disse uma das autoridades.
"As políticas fiscais em todos os países devem ter como objetivo preservar a sustentabilidade da dívida", disseram os 19 ministros em comunicado conjunto após discutirem o assunto na reunião, num alerta para países com alto endividamento, como Itália, Grécia e França.
O comunicado acrescentou que isso facilitaria a tarefa da política monetária do Banco Central Europeu "para garantir a estabilidade de preços sem aumentar pressões inflacionárias".
A discussão sobre a orientação fiscal de 2023 ocorre antes da preparação pelos governos de seus orçamentos nacionais para o próximo ano.