Ministro da Economia da Argentina deixa cargo em meio a crise no governo

Publicado em 04/07/2022 08:25

Por Jorge Otaola

BUENOS AIRES (Reuters) - O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, arquiteto de um importante acordo de dívida recente com o Fundo Monetário Internacional (FMI), renunciou no sábado no momento em que surgem profundas divisões na coalizão governista sobre como lidar com as crescentes crises econômicas.

Guzmán, no cargo desde o final de 2019 e aliado próximo do Presidente Alberto Fernández, publicou uma carta no Twitter anunciando sua decisão, acrescentando que mantém "confiança em minha visão do caminho que a Argentina deve seguir".

O presidente peronista de centro-esquerda está enfrentando seu mais baixo índice de aprovação desde que tomou posse em 2019, com fissuras em sua coalizão, inflação acima de 60%, o peso sob crescente pressão e os títulos soberanos em mínimas históricas.

Guzmán, um moderado, entrou em conflito com a poderosa vice-presidente Cristina Kirchner, ex-presidente por dois mandatos, que criticou sua maneira de lidar com a economia e pediu maiores gastos para aliviar os altos níveis de pobreza.

A demissão deixa o ministério sem liderança no momento em que Guzmán viajaria à Europa para negociar um acordo de dívida de 2 bilhões de dólares com o Clube de Paris de credores soberanos.

"É a crônica de uma morte anunciada", disse Mariel Fornoni, diretor da consultoria Management and Fit.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Equipe econômica detalha na próxima semana corte de gasto com revisão de programas do governo, diz Tebet
Ibovespa recua e fecha na mínima em duas semanas, abaixo de 127 mil pontos
Wall Street fecha em leve baixa antes de balanços de grandes empresas de tecnologia
Kamala Harris ataca Trump e promete compaixão contra caos no seu primeiro comício
Dólar acompanha exterior e volta a subir ante real
Taxas futuras de juros sobem em dia de pressão para emergentes e receios com área fiscal