SP reduz ICMS sobre combustíveis a 18% e projeta queda de R$0,48/litro nos postos

Publicado em 27/06/2022 08:44 e atualizado em 27/06/2022 16:42

SÃO PAULO (Reuters) - O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda-feira uma redução da alíquota de ICMS incidente sobre a gasolina, de 25% para 18%, prevendo uma queda de cerca 48 centavos do valor do litro nos postos.

Segundo o governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), com a medida, o preço médio do litro da gasolina no Estado deve cair para 6,50 reais.

O corte do imposto estadual foi implantado após a sanção presidencial, na sexta-feira passada, da lei que limita a cobrança sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

Para o etanol hidratado, biocombustível que concorre com a gasolina nas bombas, o governo paulista informou que manteve inalterada em 13,3% a alíquota de ICMS.

Isso reduz a vantagem de preço do etanol em relação à gasolina em São Paulo, que é maior mercado consumidor e produtor de etanol do Brasil, segundo analistas.

A menor competitividade do etanol frente ao combustível fóssil pode levar os processadores de cana-de-açúcar a reduzir a produção de etanol e aumentar a produção de açúcar.

No caso de São Paulo, publicação no Diário Oficial do Estado indica que a tributação com a alíquota de 18% será aplicada também a operações com álcool anidro (misturado à gasolina); querosene de aviação, exceto quando destinadas a empresas de transporte aéreo regular de passageiros ou de carga; energia elétrica para contas residenciais com consumo mensal acima de 200 kilowatt-hora (kWh); e serviços de comunicação.

COBRANÇA À PETROBRAS

Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, o governador afirmou que esta é uma "contribuição" do Estado para a redução dos preços, mas ponderou que o imposto estadual "não é o vilão" da disparada dos combustíveis.

"Não podemos camuflar a realidade, o ICMS não é e nunca foi o vilão do preço de combustível nesse pais, temos uma política de preços que é da Petrobras, que é nacional", disse, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

"Sabemos que temos um problema na macroeconomia, na política de preços internacionais do petróleo e também na Petrobras, que ganha muito e devolve pouco para a população deste país", acrescentou.

Garcia cobrou medidas do governo federal e da estatal para que não haja novos aumentos de preços de combustíveis nas próximas semanas. "Esperamos que a Petrobras faça a parte dela", disse.

Ainda segundo o governador, o Procon fiscalizará a medida e divulgará os preço da gasolina nos postos paulistas.

O secretário da Fazenda e Planejamento do governo paulista, Felipe Salto, disse que o corte da alíquota significará uma redução da arrecadação de 4,4 bilhões de reais, em termos anualizados, considerando apenas a gasolina.

(Por Letícia Fucuchima e Marcelo Teixeira)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St tem leve alta com foco em resultados de gigantes da tecnologia
Biden continua intensamente focado no trabalho que resta, diz Blinken
Wall St abre com pouca movimentação, foco recai sobre balanços do setor de tecnologia
Ibovespa mostra fraqueza na abertura com queda de commodities
Dólar sobe em linha com emergentes enquanto investidores aguardam dados
Dólar abre com alta em linha com mercados emergentes