Ibovespa recua em dia sem Wall St, com Petrobras e Vale no radar
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa começava a semana ainda no vermelho, com Petrobras ocupando os holofotes, em meio ao pedido de demissão pelo presidente-executivo da companhia nesta segunda-feira.
A queda de cerca de 3% das ações da Vale, na esteira do tombo dos preços do minério de ferro na Ásia, também pesava no principal índice da bolsa paulista nesta sessão, quando a B3 não terá o referencial de Wall St por feriado nos Estados Unidos.
Às 11:48, o Ibovespa caía 0,66%, a 99.164,59 pontos. O volume financeiro somava 5,7 bilhões de reais.
Na sexta-feira, o Ibovespa caiu 2,9% e fechou abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020, acumulando na semana uma perda de mais de 5%. No mês, a queda já ronda 11%.
"Ainda teremos que conviver com a pressão política em torno da Petrobras", afirmou o diretor de investimentos da TAG, Dan Kawa, em comentário a clientes, no qual acrescentou que o ambiente internacional não conspira a favor dos ativos do Brasil no curto-prazo.
Nos mercados externos, o ritmo segue refletindo as expectativas relacionadas aos ciclos de aperto monetário global e a consequente desaceleração das economias.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN caía 0,9% e PETROBRAS ON recuava 0,8%, afastanto-se das mínimas da sessão, embora persistam preocupações com interferência política na companhia, especialmente após o reajuste dos preços do diesel e da gasolina anunciado na sexta-feira, que provocou forte reação de Brasília. José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente-executivo da empresa nesta manhã. O diretor-executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges, foi nomeado como presidente interinamente. No pior momento, mais cedo, Petrobras PN caiu mais de 5%.
- VALE ON perdia 2,9%, após o minério de ferro despencar na Ásia com o aumento dos temores sobre uma queda do consumo de aço na China. Os contratos futuros de minério de ferro em Dalian caíram 11%, no limite permitido pela bolsa para variação diária dos preços, enquanto os contratos de Cingapura recuaram até 8%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 2,3% e BRADESCO PN valorizava-se 2%, atenuando a pressão negativa sobre o Ibovespa, em sessão majoritariamente positiva para os grandes bancos. SANTANDER BRASIL UNIT tinha elevação de 1,6% e BANCO DO BRASIL ON subia 0,2%.
- CVC BRASIL ON recuava 6,4%, após alívio nas vendas nos últimos dois pregões, quando acumulou uma alta de quase 26%. No mês, porém, ainda tem perda de cerca de 17%. No setor de viagens, AZUL PN cedia 3,3% e GOL PN caía 3,6%, em mais uma sessão de alta do dólar ante o real.
- WEG ON valorizava-se 6,35%, melhor desempenho entre os papéis do Ibovespa, após analistas do BTG Pactual elevarem a recomendação dos papéis para "compra", com preço-alvo de 40 reais, citando que a forte queda as ações neste ano está oferecendo um ponto de entrada.