Presidente do BC do Japão promete manter política monetária ultraflexível após BCE adotar postura "hawkish"

Publicado em 04/02/2022 09:51

O banco central do Japão precisa manter a política monetária ultraflexível, uma vez que a inflação no país permanece bem abaixo da de outras economias, disse o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, descartando a visão de que poderia seguir os passos de pares mais "hawkish" (duros com a inflação) nos Estados Unidos e na Europa.

"No Japão, os salários nominais não subiram muito. É difícil prever a inflação atingindo nossa meta de 2% de forma sustentável, a menos que os salários subam junto com os preços", disse Kuroda ao Parlamento nesta sexta-feira.

"É importante manter uma forte flexibilização monetária para apoiar a economia e ajudar a gerar um crescimento estável de salários e preços", acrescentou.

As declarações vieram depois que o Banco Central Europeu, considerado um dos atrasados em relação à redução de estímulos, surpreendeu os mercados ao adotar uma postura agressiva em relação à pressão de preços, reconhecendo os riscos de inflação e abrindo as portas para um possível aumento dos juros neste ano.

O lento crescimento salarial e o fraco consumo mantiveram o núcleo da inflação ao consumidor do Japão em 0,5% em dezembro, patamar mais alto em quase dois anos, mas ainda bem abaixo da meta de 2% do banco central japonês.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

BC da China pede que instituições informem diariamente detenção de títulos de longo prazo, dizem fontes
Wall Street afunda com crescentes temores sobre recessão nos EUA
Ibovespa recua 2% na abertura com aversão global a risco; Bradesco sobe após resultado
Reação do mercado a riscos de recessão nos EUA é "extremada", diz presidente do Bradesco
Dólar dispara contra real e ultrapassa R$5,80 com temores de recessão nos EUA
Mercado eleva novamente previsão para inflação em 2024 e 2025 no Focus