Dólar recua ante real e caminha para 3ª semana seguida no vermelho

Publicado em 28/01/2022 10:18

O dólar caía frente ao real nos primeiros negócios desta sexta-feira, caminhando para encerrar a semana em baixa apesar de um rali recente da divisa norte-americana no exterior.

Às 10:16 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,61%, a 5,3918 reais na venda. Com esse desempenho, a moeda norte-americana caminhava para registrar queda de 1% em relação ao fechamento da última sexta-feira, de 5,4579 reais. Caso se mantenha nesse curso até o fim da sessão, o dólar registrará sua terceira semana consecutiva no vermelho.

No exterior, por outro lado, o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes avançava 0,15% nesta sexta-feira, estendendo um rali que o deixa a caminho de marcar sua maior alta semanal em mais de sete meses.

A divisa norte-americana ganhou impulso nos últimos dias com a sinalização mais dura do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, em relação à inflação, o que levou os mercados a precificarem mais aumentos de juros do que o esperado na maior economia do mundo ao longo de 2022.

"Com o Fed alimentando o fogo 'hawkish' (mais duro no combate às altas de preços), esperamos que o dólar se fortaleça, mas apenas moderadamente", disseram estrategistas do Citi em relatório desta sexta-feira.

O banco privado norte-americano afirmou que, embora guinadas mais agressivas do Fed geralmente derrubem ativos emergentes, vários países em desenvolvimento têm mostrado "ímpeto contínuo de dados positivos", o que pode levar a ingressos de recursos.

Além disso, afirmando haver uma performance superior de moedas latino-americanas em relação a pares de mercados emergentes mais amplos no momento, o Citi disse que os investidores parecem estar atentos aos ciclos de aumentos de juros de bancos centrais, que tendem a elevar a atratividade do carrego (retorno por diferenciais de taxas) das divisas locais.

No Brasil, vários agentes do mercado já têm apontado para o patamar elevado da taxa Selic --atualmente em 9,25% ao ano-- como fator de pressão negativa sobre o dólar.

Além da política monetária, investidores também reagiam nesta sexta-feira a dados mostrando que taxa de desemprego no Brasil voltou a recuar no trimestre finalizado em novembro, indo ao nível mais baixo desde o início de 2020, de 11,6%.

Na B3, às 10:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, a 5,3925 reais.

O dólar spot fechou o último pregão em baixa de 0,26%, a 5,4247 reais na venda.

Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar zera ganhos ante o real em sintonia com exterior
Índice de ações STOXX 600 toca nível mais baixo em 6 meses na Europa com temor de recessão nos EUA
Preço do diesel fecha julho em alta e alcança o maior preço médio do ano, aponta Edenred Ticket Log
BC da China pede que instituições informem diariamente detenção de títulos de longo prazo, dizem fontes
Wall Street afunda com crescentes temores sobre recessão nos EUA
Ibovespa recua 2% na abertura com aversão global a risco; Bradesco sobe após resultado