Credit Suisse vê IPCA de 8,7% em 2021 com dinâmica inflacionária "muito desfavorável"

Publicado em 24/09/2021 15:01

SÃO PAULO (Reuters) - O Credit Suisse ajustou para cima sua projeção para a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, a 8,7%, avaliando que o Brasil vive uma dinâmica "muito desfavorável" de inflação.

A estimativa anterior do banco de investimento, de apenas uma semana atrás, era de avanço de 8,5% do IPCA em 2021.

Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira, assinado por Solange Srour, economista-chefe do banco no Brasil, e Lucas Vilela, economista, o ajuste para cima veio na esteira da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que subiu 1,14% neste mês.

Essa foi a alta mais acentuada para um mês de setembro desde 1994, início do Plano Real, e o acumulado em 12 meses chegou a 10,05%, alcançando os dois dígitos pela primeira vez desde 2016.

"No geral, os resultados de hoje mostram que uma dinâmica de inflação muito desfavorável está continuando", escreveram Srour e Vilela. Eles apontaram pressões disseminadas entre os setores, não apenas nos preços de bens, mas também de serviços, com estes apresentando maior demanda e custos mais elevados.

Para 2022, o credor suíço manteve, por ora, projeção de avanço de 5,2% do IPCA, mas disse que os riscos estão inclinados para taxa mais alta.

Em relação à política monetária, o Credit Suisse continua esperando que a taxa Selic encerre 2021 em 8,25% e 2022 em 9,75%, como havia projetado na semana passada. "Desnecessário dizer, mas os riscos estão inclinados para cima", afirmaram os especialistas da casa.

(Por Luana Maria Benedito)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

BTG eleva projeção para Selic após fala de Campos Neto reforçar tom duro do Copom
Wall St fecha em alta com dados econômicos positivos dos EUA
Dólar cai ante real após China sinalizar mais estímulos econômicos
Ibovespa avança com suporte de Vale, mas Petrobras mina alta maior
Taxas de janeiro 2026 e janeiro 2027 têm alta firme em dia de avanço dos yields e fala de Campos Neto
Índice europeu STOXX 600 atinge recorde de fechamento com estímulo da China