Ibovespa avança com BTG entre suportes, mas Petrobras e Vale limitam alta
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta discreta nesta segunda-feira, tendo BTG Pactual entre os principais suportes antes de balanço, enquanto Petrobras e Vale pesaram, na esteira do declínio dos preços do petróleo e do minério de ferro.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 0,17%, a 123.019,38 pontos, após ter chegado a cair a 122.258,47 pontos. Na máxima, avançou a 123.597,30 pontos. O volume financeiro no pregão somou 25,3 bilhões de reais.
Para o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, o desempenho também foi favorecido pela fala do ministro da Cidadania, João Roma, descartando possibilidade de o reajuste do benefício do novo Bolsa Família superar o teto de gastos.
"Queremos avançar na eficácia e valor médio do programa, mas temos que agir de acordo com a responsabilidade fiscal para que não haja desequilíbrio nas finanças", disse Roma em entrevista coletiva, após o governo entregar ao Congresso medida provisória com as propostas de mudanças no programa.
De acordo com Ribeiro, a fala trouxe certo alívio para a curva de juros - o que tende a reverberar positivamente na bolsa paulista. "Mas os investidores seguem de olho em como será resolvido esse impasse, afinal de contas o valor do novo benefício será definido somente no final do ano pelo governo."
Agentes também seguiram atentos à temporada de balanços corporativos, com a agenda desta segunda-feira incluindo os números de Minerva, Iguatemi e Itaúsa após o fechamento. Klabin e BTG divulgam seus números na terça-feira cedo.
No exterior, Wall Street fechou sem sinal único, com o Nasdaq Composite no azul, mas o Dow Jones e o S&P 500 em baixa após máximas históricas.
DESTAQUES
- BTG PACTUAL UNIT avançou 3,92% antes da divulgação do resultado, na terça-feira pela manhã. O Safra estimou que o banco terá mais um trimestre forte na maioria das unidades de negócios, em razão do ambiente positivo do mercado de capitais brasileiro.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,17%, corroborando o fechamento positivo do Ibovespa, mas BRADESCO PN terminou com variação negativa de 0,04%.
- MINERVA ON valorizou-se 4% antes do balanço do segundo trimestre, previsto para esta noite, com o setor de proteínas na ponta positiva. Analistas do BTG Pactual esperam crescimento da receita, mas queda em margens, por causa do cenário desfavorável do custo do gado e da sazonalidade.
- VALE ON caiu 0,63% na esteira da queda dos contratos futuros do minério de ferro negociados em Dalian e Cingapura. Os preços ampliaram as perdas da semana passada, pressionados por perspectivas de aumento de oferta e enfraquecimento da demanda chinesa.
- PETROBRAS PN recuou 0,7% afetada pela forte queda dos preços do petróleo no mercado externo, refletindo a alta do dólar e receios de que mais restrições devido à Covid-19 na Ásia, especialmente na China, desacelerem a retomada global na demanda por combustível. O Brent caiu 2,35%, a 69,04 dólares o barril.
- KLABIN UNIT avançou 2,74%, tendo no radar balanço do segundo trimestre, na terça-feira, antes da abertura da B3. Analistas esperam lucro líquido de 1,455 bilhão de reais e Ebitda de 1,777 bilhão de reais, segundo a média das projeções compiladas pela Refinitiv. No setor de papel e celulose, SUZANO ON subiu 3,81%.
- M.DIAS BRANCO ON, que não está no Ibovespa, subiu 1,11%, revertendo fraqueza da manhã, após a fabricante de massas e biscoitos reportar na sexta-feira queda no lucro do segundo trimestre, para 142,3 milhões de reais, embora tenha projetado um segundo semestre de vendas mais fortes, impulsionadas pelo aquecimento no consumo.
- VIVEO ON disparou 9,44% em estreia na B3, após a distribuidora de produtos médicos precificar oferta inicial de ações (IPO), que avaliou a empresa em 5,7 bilhões de reais.