Dólar supera R$5,20 com maior risco fiscal; juros disparam

Publicado em 05/08/2021 15:59

O dólar zerou as perdas de mais cedo para operar em alta e nas máximas da sessão, acima de 5,20 reais, enquanto os juros disparavam em dia de grande demanda por proteção diante do persistente desconforto fiscal e do clima político doméstico cada vez mais beligerante.

O dólar à vista subia 0,55%, a 5,2174 reais, depois de cair 1,51%, a 5,1108 reais na mínima da sessão desta quinta-feira. Os DIs de médio e longo prazo subiam até 32 pontos-base, abandonando a estabilidade de mais cedo.

Depois da reação inicial positiva ao tom mais firme do Copom, que na noite da véspera acelerou o ritmo de alta dos juros, o mercado sucumbia aos receios fiscais que vêm dominando as atenções há uma semana.

Notícias sobre um novo Refis que permitiria que a perda de receita com o programa não precisasse ser compensada se somaram a um ambiente fiscal que ficou mais incerto nos últimos dias, em meio a recorrentes temores de descumprimento do teto de gastos e de pressões por despesas conforme o país caminha para o ano eleitoral de 2022.

Não bastasse isso, o clima político acirrado piorava a sensação de instabilidade. O presidente Jair Bolsonaro subiu o tom nos ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes e disse que "a hora dele vai chegar". Na quarta-feira, Moraes acolheu notícia-crime encaminhada pelo TSE e determinou a inclusão de Bolsonaro no inquérito que investiga o financiamento e a disseminação de notícias falsas por grupos ligados ao presidente.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil