Gastos do consumidor dos EUA aumentam com força em junho; preços sobem

Publicado em 30/07/2021 15:17

WASHINGTON (Reuters) - Os gastos do consumidor nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em junho, com as vacinações contra a Covid-19 impulsionando a demanda por serviços relacionados a viagens e recreação, mas parte do crescimento refletiu preços mais altos, com a inflação anual acelerando ainda mais acima da meta de 2% do Federal Reserve.

Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, se recuperaram 1,0% no mês passado, após queda de 0,1% em maio, informou o Departamento do Comércio nesta sexta-feira.

Quase metade da população norte-americana foi vacinada contra a Covid-19, permitindo que as pessoas viajem, frequentem restaurantes, visitem cassinos, participem de eventos esportivos, entre outras atividades relacionadas a serviços que foram paralisadas no início da pandemia.

Embora os gastos com bens permaneçam fortes, o ritmo desacelerou em meio à escassez de veículos e alguns eletrodomésticos, cuja produção foi prejudicada pela escassez mundial de semicondutores.

Os dados foram incluídos no relatório do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre publicado na quinta-feira. Os gastos do consumidor cresceram a uma taxa anualizada robusta de 11,8% no último trimestre, respondendo por grande parte do ritmo de crescimento de 6,5% da economia, o que elevou o PIB acima de seu pico, atingido no quarto trimestre de 2019.

Com a demanda ultrapassando a oferta, a inflação está subindo.

O índice de inflação PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,4% em junho, após avançar 0,5% em maio. Nos 12 meses até junho, o chamado núcleo do PCE disparou 3,5%. O núcleo do PCE aumentou 3,4% ante o ano anterior em maio.

Economistas consultados pela Reuters projetavam um avanço de 0,7% nos gastos do consumidor em junho e alta de 3,7% no núcleo do índice de preços PCE. O núcleo do PCE é a medida de inflação preferida para a meta flexível de 2% do Fed.

O banco central dos EUA manteve na quarta-feira sua taxa de juros de referência próxima de zero e deixou seu programa de compra de títulos inalterado.

O chair do Fed, Jerome Powell, que atribuiu a alta da inflação a restrições de oferta, que surgem conforme a economia reabre, disse a repórteres que "esses efeitos de gargalo têm sido maiores do que o previsto, mas à medida que esses efeitos transitórios de oferta diminuírem, a inflação deve cair de volta a nossa meta de longo prazo."

(Por Lucia Mutikani)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
undefined