Dólar sobe ante real em dia de briga da Ptax e feriado nos EUA, mas deve fechar maio com perda

Publicado em 31/05/2021 09:19 e atualizado em 31/05/2021 10:33

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar rondava a estabilidade contra o real nesta segunda-feira, em dia que pode apresentar volatilidade devido ao fechamento da Ptax de fim de mês e à redução dos volumes de negociação por um feriado nos Estados Unidos.

Ainda assim, a moeda norte-americana estava no caminho de fechar maio com perda de aproximadamente 3,9% contra o real, depois de encerrar abril em 5,4315 reais.

Às 10:29 desta segunda-feira, o dólar recuava 0,02%, a 5,2136 reais na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro caía 0,21%, a 5,2165 reais.

Entre os pontos de atenção desta manhã, Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, destacou em nota a "liquidez reduzida em decorrência dos feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido", além da briga nos mercados domésticos pela formação da Ptax de fim de mês, que pode trazer volatilidade no dia.

O dólar pode "mudar de direção caso a presença dos vendidos se sobreponha aos comprados no curso da sessão", afirmou.

No exterior, a divisa dos EUA apresentava comportamento misto em relação a moedas emergentes pares do real, enquanto o índice do dólar contra rivais fortes apresentava leve perda, caminhando para registrar sua segunda queda mensal consecutiva.

A grande protagonista de maio foi a inflação norte-americana, em meio à preocupação dos operadores com a possibilidade de um aperto monetário precoce pelo Federal Reserve.

Embora dados recentes tenham indicado aceleração da alta dos preços na maior economia do mundo, algumas autoridades do banco central norte-americano tranquilizaram os participantes do mercado ao afirmarem repetidas vezes que enxergam o pico na inflação como temporário.

Por outro lado, outros funcionários do Fed já começaram a reconhecer que estão mais próximos de um debate sobre quando retirar parte de seu nível de apoio à economia dos EUA, embora concordem que o suporte ainda é necessário.

"Nos EUA, a inflação acima das expectativas não parece levar o Fed a repensar, por ora, sua estratégia de política monetária", opinaram em nota analistas da XP Investimentos, destacando que "os bancos centrais seguem indicando que devem aceitar um nível mais alto de inflação no curto prazo para garantir a recuperação econômica."

A manutenção da política monetária expansionista com juros baixos nos Estados Unidos tende a favorecer ativos de países emergentes, uma vez que os investidores vão buscar retornos maiores fora dos mercados norte-americanos.

Em linha com o índice da divisa norte-americana no exterior, o dólar caminhava para sua segunda queda mensal consecutiva no mercado de câmbio doméstico. Este deve ser o pior mês de maio para o dólar contra o real desde 2009, quando tombou 10,26%.

Além de fatores internacionais, vários especialistas chamavam a atenção para a perspectiva de aumento de juros pelo Banco Central do Brasil, que pode ajudar a atrair capital estrangeiro, em meio também a uma melhor percepção sobre o cenário local à medida que a reforma administrativa começa a ganhar tração no Congresso e o debate quanto às mudanças tributárias se solidifica.

O dólar negociado no mercado interbancário fechou o último pregão, na sexta-feira, em queda de 0,77%, a 5,2148 reais na venda.

Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e março de 2022.

Fonte: Reuters

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