Sem máscara, Bolsonaro visita Ceilândia e provoca aglomeração; Jefferson diz que ele vai para o PTB

Publicado em 24/04/2021 15:58 e atualizado em 24/04/2021 17:18
Passeou de motocicleta pelo DF

O presidente Jair Bolsonaro visitou neste sábado (24.abr.2021) o Sol Nascente, região administrativa do Distrito Federal. O mandatário também esteve na Feira Central de Ceilândia, onde, sem máscara, causou aglomeração de apoiadores. A ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo) participou de parte do passeio.

Eis alguns registros:

Feira Central de Ceilândia, na manhã deste sábado (24).
 
 

Em programa de TV, Bolsonaro faz piada homofóbica e sobre asiáticos

“Esse queima ou não queima?”, disse; “Tudo pequenininho aí?”, questionou (Poder360)

Bolsonaro disse que vai ao programa "para descontrair". 

Em entrevista para uma emissora amazonense nesta 6ª feira (23.abr.2021), com apresentação de Sikêra Jr., o presidente Jair Bolsonaro fez piadas homofóbicas e xenofóbicas. “Esse queima ou não queima?”, disse sobre um assistente de produção do programa. A um homem com vestimenta japonesa, questionou: “Tá tudo pequenininho aí?”.

“Sikêra, não sei não ein”, disse o presidente apontando para um homem da produção. “Eu tenho certeza”, respondeu o apresentador. “Aquele rabinho ali.. olha o rabinho dele”, afirmou Bolsonaro referindo-se ao cabelo do profissional.

Poucos momentos depois, o presidente indagou Sikêra Jr. sobre um cameraman que estava vestido de samurai. “É o xing-ling”, questionou Bolsonaro, que foi convidado pelo apresentador para se apresentar ao mandatário. “Diz aí. Tudo pequenininho aí?”, disse o presidente aos risos.

Veja o momento:

Roberto Jefferson diz que Bolsonaro vai se filiar ao Patriota

O delator do mensalão, Roberto Jefferson, afirmou neste sábado (24.abr.2021) que o presidente Jair Bolsonaro se filiará ao Patriota. O presidente está sem partido desde que deixou o PSL, em novembro de 2019, para tentar criar o Aliança pelo Brasil. O ex-deputado é presidente do PTB, partido que estará coligado.

Em março, o mandatário disse que está “namorando” uma sigla na qual possa ser dono de sua estrutura partidária, mas não disse qual. Antes já havia dito que, se seu novo partido não fosse formado até março, procuraria outro.

“O PR [Presidente da República] Bolsonaro se encaminhando para o Patriota. Combinamos de conversar as coligações por Estados”, publicou.

Em fevereiro, o Poder360 mostrou que, no ritmo atual, o Aliança só sairá de papel em 2024. Para criar um partido é necessário conseguir 491.967 assinaturas com apoio de eleitores. Essas assinaturas precisam ser validadas pela Justiça Eleitoral. Até a 24 de fevereiro, havia 72.956 assinaturas validadas. A média em 2021, até o momento da publicação da reportagem, era de 372 validações por dia.

Forças Armadas podem ir para rua acabar com "covardia" de toque de recolher, diz Bolsonaro

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que as Forças Armadas podem ir para a rua para, segundo ele, garantir o cumprimento do artigo 5º da Constituição e acabar com "essa covardia de toque de recolher" e outras restrições adotadas por governadores no combate à pandemia.

"Se tivermos problema, nós temos o plano de como entrar em campo", disse Bolsonaro em entrevista veiculada no programa Alerta Especial.

"Eu tenho falado, falo o 'meu' e o pessoal fala 'não'... eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. Vamos falar, o nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar, iremos para as ruas, não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo quinto da Constituição", acrescentou.

"Se eu decretar isso, vai ser cumprido este decreto. Então, as nossas Forças Armadas podem ir para a rua um dia, sim, dentro das quatro linhas da Constituição para fazer cumprir o artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, (garantir o) direito ao trabalho, liberdade religiosa de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores e alguns poucos prefeitos."

A fala de Bolsonaro se deu após questionamento do entrevistador, Sikêra Junior, sobre se não estaria na hora de uma reação mais enérgica dele, na linha, "ora, vamos parar com isso".

Na entrevista, o presidente criticou o que considera um "poder excessivo que lamentavelmente o Supremo Tribunal Federal delegou". Para Bolsonaro, qualquer decreto de governador e prefeito "leva a um transtorno à sociedade onde vem a indignação que você fala está chegando a hora".

"Agora o que acontece? Eu não posso extrapolar e isso alguns querem que a gente extrapole. Eu estou junto com meus 23 ministros, você pega da Damares ao Braga Netto, todos, 23, praticamente conversados sobre isso aí, o que fazer se um caos generalizado se instalar no Brasil pela fome, pela maneira covarde como alguns querem impor essas medidas", afirmou.

Segundo o presidente, o caldo "não entornou" no ano passado em função do auxílio emergencial e ele disse que o benefício --retomado este mês com valor reduzido-- acabará em breve.

"Se tivermos problemas sérios, pode ter certeza que nós vamos entrar em campo para resolver esse assunto e acabar com essa palhaçada de alguns simplesmente ignorarem as necessidades básicas desse povo e quererem mantê-los preso dentro de casa", afirmou.

Bolsonaro vinha dizendo que não empregaria o Exército para obrigar as pessoas a ficarem em casa, nas medidas de restrição de mobilidade social adotadas por gestores regionais que visam reduzir o avanço no contágio e nas mortes do novo coronavírus.

MÁSCARA

O presidente, que frequentemente é visto em público sem máscara --mesmo depois que seu novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defender a importância do uso-- mostrou otimismo sobre o Brasil estar perto de não precisar mais usar a proteção.

Para Bolsonaro, com a vacinação caminhando logo se chegará à imunização de rebanho e o Brasil poderá tirar a máscara, afirmando que quem diz que a proteção facial não incomoda é mentiroso.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Ainda do lado econômico, o presidente reconheceu a importância da reforma tributária, mas destacou que se deve buscar um projeto que seja aprovado pelo Congresso.

Bolsonaro disse que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, insitindo nesse ponto, que não deve ser o que o ministro quer, mas o que possa ser aprovado pelos parlamentares.

Mas até agora, mesmo Guedes só apresentou ao Congresso parte do que seria sua proposta de reforma tributária. O tema está sendo discutido em uma comissão mista de deputados e senadores.

Moraes, do STF, prorroga por mais 90 dias inquérito que apura interferência de Bolsonaro na PF

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o prazo para a conclusão do inquérito que apura as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre as interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

"Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, a partir do encerramento do julgamento do agravo regimental iniciado pelo Plenário em 08/10/2020, bem como a proximidade do recesso, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, contados a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de abril), o presente inquérito", decidiu Moraes, em despacho de sexta-feira.

A pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, o inquérito foi aberto no final de abril pelo ministro Celso de Mello, então relator do caso no Supremo. Essa é a única investigação a que o presidente é alvo no seu mandato.

Uma das diligências pendentes, que foi requerida pela Polícia Federal, é o depoimento de Bolsonaro no caso. O plenário do Supremo começou a analisar um recurso da defesa do presidente contra a possibilidade de ele depor presencialmente. Ele não pretende se manifestar ou, se for obrigado, quer fazê-lo por escrito.

Até o momento, apenas Celso de Mello -- atualmente já aposentado -- votou contra o pedido de Bolsonaro. O caso desde então não foi retomado pelo plenário do Supremo.

O inquérito sobre as acusações de Noro, ex-ministro do governo e ex-juiz da Operação Lava Jato, já colheu uma série de depoimentos. Ao final das apurações, caberá ao procurador-geral decidir se vai denunciar Bolsonaro, arquivar as investigações ou pedir novas diligências.

Moro, principal personagem do inquérito, tem sofrido um série de revezes desde que deixou o governo. O último deles foi ter sido considerado pelo Supremo parcial como juiz no processo do tríplex do Guarujá que levou à condenação e posterior prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na prática, toda a ação, inclusive atos pré-processuais, foram invalidados.

(Reportagem de Ricardo Brito)

 

Fonte: Poder360/Reuters

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