Fiocruz avança nos estudos da criação de 4 vacinas brasileiras (no Poder360)
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) trabalha em 4 projetos de vacinas próprias contra o novo coronavírus. Em 2 desses projetos, a fundação produzirá imunizante 100% brasileiros, da pesquisa à produção. As outras duas vacinas são produzidas em cooperação internacional.
O 1º projeto é conduzido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) para o desenvolvimento de uma vacina sintética para o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
“A forma sintética da vacina foi escolhida por ser mais rápida, em comparação às metodologias tradicionais, pelo custo reduzido de produção, pela estabilidade da vacina para armazenagem e por não precisar de instalações de biossegurança nível 3 para as primeiras etapas de desenvolvimento (sendo necessárias somente a partir dos estudos pré-clínicos)“, afirma nota da Fiocruz.
Neste projeto, o imunizante contém pequenas partes de proteínas do vírus capazes de induzir a produção de anticorpos no processo de defesa do organismo.
Na 2ª vacina em desenvolvimento, a Friocruz injeta as proteínas S e N do SARS-CoV-2 no corpo humano, que produzirá as defesas contra o coronavírus. A proteína S é a que forma a coroa de espinhos que dão nome ao coronavírus, e a proteína N compõe o núcleo do vírus. As duas vacinas já passaram pelo teste em animais, “as duas vacinas já foram aprovadas na fase de imunogenicidade e toxicidade em animais, e produziram resposta imune sem prejudicar a saúde dos mesmos” disse a fundação em nota.
Agora, a fundação trabalha para identificar a vacina mais promissora para seguir para os testes clínicos e, posteriormente, oferecer à população brasileira.
Além destes, a Fiocruz também atua em outras duas parcerias internacionais de pesquisa e produção de vacinas, ambas com tecnologia de última geração. Um deles é para a produção de uma vacina baseada em RNA, em colaboração com uma empresa nacional e outra americana, que está em vias de entrar em fase clínica I no Brasil.
O outro imunizante é de célula T, de defesa contra vírus, baseada em peptídeos sintéticos em nanopartículas de ouro, que está sendo desenvolvido junto a uma empresa do Reino Unido, com estudos clínicos de fase I em andamento na Suiça.
BUTANVAC
O Instituto Butantan desenvolveu uma vacina contra a covid-19, a ButanVac. Essa é a 1ª vacina brasileira contra a doença causada pelo coronavírus. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciaram a produção nesta 6ª feira (26.mar.2021).
Assista ao momento do anúncio (2min50s):
Apesar de ter dito que a vacina era completamente nacional, o Instituto Butantan admitiu que utilizou tecnologia norte-americana para obter o vetor viral da ButanVac.
Pandemia “rejuvenesce” e lockdown é necessário, diz Fiocruz
Pessoas de 30 a 59 são atingidas; Leia o novo boletim da fundação (no Poder360)
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sugeriu a adoção de medidas de restrição de circulação para conter o que chamou de “rejuvenescimento da pandemia”. Em boletim divulgado na 6ª feira (26.mar.2021), a Fiocruz diz que a covid-19 está afetando cada vez mais a população mais jovem.
“O país se encontra em uma situação de colapso do sistema de saúde, ao mesmo tempo que a pandemia vem ganhando novos contornos afetando faixas etárias mais jovens. Diante desse novo cenário, os especialistas defendem a adoção de 2 grupos de medidas interconectados. No 1º grupo, as medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas de bloqueio ou lockdown”, diz a fundação.
De acordo com o boletim, as faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos têm sido mais atingidas pelo vírus. O aumento nos casos de covid nesses grupos foi de 565,08%, 626% e 525,93%, respectivamente. Além disso, a Fiocruz recomenda a vacinação da maior parte da população, aliada a medidas não farmacológicas, como restrição da circulação e de todos os serviços não essenciais, distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos.
“O ritmo lento em que se encontra a vacinação contribui para prolongar a duração da pandemia e da adoção intermitente de medidas de contenção e mitigação”, dizem os pesquisadores do Observatório Fiocruz, responsáveis pelo boletim.
VACINAS
A Fiocruz informou também a entrega de mais um carregamento de vacinas para o Ministério da Saúde. Chegaram 728 mil doses nesta 6ª feira (26.mar). Somadas às da semana passada, totalizam cerca de 1,8 milhão de doses entregues em março. A partir de 4ª feira (31.mar.2021) estão previstas novas entregas, que completarão os 3,9 milhões de vacinas previstos até o fim da próxima semana.
A fundação também recebeu, na 5ª feira (25.mar), uma nova remessa do IFA (ingrediente farmacêutico ativo), suficiente para a produção de 6 milhões de doses da vacina. Neste sábado (27.mar), está previsto o recebimento de duas remessas de IFA, para mais 12 milhões de doses, além de mais uma remessa na próxima semana para 5 milhões de vacinas.
Com informações da Agência Brasil.