Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA sobem inesperadamente
WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego subiu inesperadamente na semana passada, mas o mercado de trabalho está se recuperando continuamente já que estímulos fiscais adicionais e a queda nos casos de Covid-19 estão permitindo a reabertura de mais empresas de serviços.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 861 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 13 de fevereiro, contra 848 mil na semana anterior, disse o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam 765 mil solicitações na última semana.
Parte do aumento nos pedidos pode estar relacionada ao fechamento temporário de fábricas de automóveis no início da semana passada devido à escassez global de chips semicondutores. A General Motors anunciou que suspenderia totalmente a produção de sua fábrica Fairfax, em Kansas City, na semana de 8 de fevereiro.
A Ford reduziu a jornada de trabalho em sua fábrica de caminhões de Dearborn e em sua planta de montagem de Kansas City.
As solicitações de auxílio caíram em relação a um recorde de 6,867 milhões em março passado, quando a pandemia atingiu os Estados Unidos. Embora estejam acima de seu pico de 665 mil atingido durante a Grande Recessão de 2007-09, há motivos para otimismo cauteloso de que a recuperação do mercado de trabalho norte-americano ganhará força na primavera (no Hemisfério Norte).
As infecções por coronavírus e as taxas de hospitalização vêm diminuindo desde meados de janeiro. Dados do governo divulgados na quarta-feira mostraram que as vendas no varejo dos EUA aumentaram à maior taxa em sete meses em janeiro.
Além disso, o Congresso dos Estados Unidos está avaliando o enorme pacote de recuperação de 1,9 trilhão de dólares do presidente Joe Biden, que se somaria a quase 900 bilhões de dólares em estímulos fiscais adicionais do governo oferecidos no final de dezembro.
A ata da reunião de política monetária de janeiro do Federal Reserve, publicada na quarta-feira, mostrou que a maioria das autoridades do Fed "antecipa que o progresso contínuo nas vacinações levará a um aumento considerável na atividade econômica".
Cerca de 12,3 milhões dos 22,2 milhões de empregos perdidos durante a pandemia foram recuperados nos Estados Unidos. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) estima que o emprego não retornará a níveis pré-pandemia antes de 2024.
(Por Lucia Mutikani)