Lira defende auxílio "viável" e diz que vacinação é saída para crise

Publicado em 08/02/2021 13:20

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira que irá trabalhar por solução "viável" para a concessão de auxílio emergencial para os vulneráveis dentro do teto de gastos e voltou a defender a vacinação como instrumento de enfrentamento da crise provocada pela pandemia de coronavírus.

Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), assumiram o comando das duas Casas do Congresso na última semana com a promessa de uma atuação coordenada com o Executivo e bastante ênfase na necessidade de uma renda emergencial aos mais atingidos pelos efeitos da pandemia de Covid-19, mesmo diante das dificuldades fiscais que se desenham para este ano.

"Vamos com o Senado e o Executivo discutir e construir uma política de auxílio viável para quem mais precisa. Devemos incluir também crédito para apoiar quem gera emprego. Sempre respeitando o teto", publicou o deputado em seu perfil do Twitter.

"Mas está cada vez mais claro que a porta de saída da pandemia é acelerar a vacinação", completou, na publicação.

Ainda que conte com a simpatia do governo --o Palácio do Planalto trabalhou por sua eleição à presidência da Câmara-- Lira tem ressaltado a necessidade da vacinação, discurso que destoa da posição adotada pelo próprio presidente, Jair Bolsonaro, há algumas semanas. O presidente em diversas ocasiões desdenhou da eficácia da imunização e chegou a afirmar que não iria se vacinar.

Mais cedo, em vídeo de conversa com seus apoiadores na saída do Palácio da Alvorada publicado nas suas redes sociais, Bolsonaro abordou o tema do auxílio emergencial e afirmou que deve debatê-lo com Lira nesta segunda ou na terça-feira. O presidente não deixou de ressaltar, no entanto, o contexto de dificuldades econômicas enfrentadas pelo país.

"A economia está cambaleando. Está saindo do sufoco pela política do fique em casa... muita gente perdeu emprego, perdeu o ganha-pão. O auxílio emergencial tem limite... já se fala em novas parcelas do auxílio", disse o presidente.

Bolsonaro citou a inflação dos produtos da cesta básica e a perda do poder de compra dos mais pobres, acrescentando que é necessário "buscar uma solução para isso". Destacou, no entanto, que essa equação "não passa apenas pelo presidente".

"Hoje conversei com o novo presidente da Câmara, devemos nos encontrar nas próximas horas, no máximo amanhã. Quer resolver também. Mas são soluções que não são fáceis", afirmou.

Pacheco e Lira já tiveram uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na última semana, para discutir o assunto. Na ocasião, segundo relato do presidente do Senado, o ministro teria se mostrado receptivo ao desejo do Congresso de aprovar medida nesse sentido e aventou-se a possibilidade de retomada do auxílio emergencial, mas abarcando menos pessoas do que o executado em 2020.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St avança após liquidação enquanto investidores avaliam efeito da desistência de Biden
Ibovespa tem oscilação tímida com Petrobras atenuando efeito de Wall Street
Wall St abre em alta enquanto investidores avaliam eleição nos EUA após desistência de Biden
Ibovespa abre com viés positivo endossado por bolsas no exterior
Dólar recua em linha com emergentes enquanto investidores analisam desistência de Biden
Minério de ferro cai com investidores digerindo sinais contraditórios da China