Manifestantes banham-se de leite condensado em protesto contra Bolsonaro

Publicado em 31/01/2021 16:48
Poder360

Em Brasília, manifestantes banharam-se de leite condensado em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. O ato cênico é uma crítica aos gastos do governo federal com o produto. Faz parte do movimento “Stop Bolsonaro Mundial“, que pede o impeachment do chefe da República.

O protesto foi realizado na manhã deste domingo (31.jan.2020), na Esplanada dos Ministérios.

O gasto do governo com leite condensado foi bastante difundido nas redes sociais nos últimos dias. A despesa real do produto no ano passado foi de R$ 13,5 milhões.

Manifestantes banharam-se de leite condensado dura protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Apesar do alto valor, o gasto foi menor que o registrado em 2019, quando a União pagou R$ 29,7 milhões no produto, segundo levantamento do Poder360. Os principais destinos desse item são universidades federais e quartéis do Exército, que usam o leite condensado para fazer as sobremesas em restaurantes do tipo bandejão –ao qual universitários e militares têm acesso.

Em outro ato cênico, os ativistas colocaram sacos na cabeça para simular falta de ar. É uma crítica à crise de falta de oxigênio no Amazonas. A escassez do item para pacientes com covid-19 resultou na morte de muitas pessoas e na transferência de doentes para outros Estados.

Veja fotos do ato registradas pelo fotógrafo do Poder360, Sérgio Lima:

Protesto dos partidos de esquerda contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde Eduardo Pazuello

Rússia prende 4.000 pessoas depois de protestos pela libertação de opositor do governo

Pedem soltura de Alexei Navalny; É o 2º fim de semana de manifestações

Protestos realizados neste domingo (31.jan.2021), em diferentes cidades russas, culminaram na prisão de 4.000 pessoas. Os manifestantes pedem a libertação do líder da oposição Alexei Navalny.

Crítico do governo do presidente russo, Vladimir Putin, Nalvany foi preso em 17 de janeiro, no controle aeroportuário, depois de retornar de viagem da Alemanha. Nalvani foi envenenado em agosto de 2020. Acusa o governo russo pelo atentado contra sua vida.

Em resposta aos protestos, a polícia russa bloqueou o acesso ao centro de várias cidades. Ruas e estações de metrô foram fechadas em Moscou.

O Ministério do Interior comunicou que quem fosse aos atos poderia ser acusado de participar de “revoltas em massa”.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, condenou as atitudes das autoridades russas contra os manifestantes e pediu a libertação do líder oposicionista.

“Os Estados Unidos condenam o uso contínuo de táticas brutais pela Rússia contra manifestantes pacíficos e jornalistas pela segunda semana consecutiva, e renova o seu apelo para que liberte os detidos, incluindo Alexei Navalny”, escreveu no Twitter.

 Poder360: 

 

Governo reduziu gastos com alimentação em 2020

Valor gasto é diferente do empenhado; Houve redução no leite condensado

Lata de Leite Moça, a marca mais famosa de leite condensado do Brasil. Em 2020, o governo gastou R$ 13,5 milhões com esse produto. Em 2018, último ano de Michel Temer, o valor foi de R$ 26,3 milhões

Essa reportagem foi atualizada às 15h03 de 5ª feira (28.jan.2021) com mais explicações sobre a metodologia adotada. Antes, às 5h, foi incluída nota de esclarecimento do Ministério da Defesa.


O governo federal reduziu os gastos com alimentos em 2020, na comparação com o ano anterior. No 1º ano da gestão de Jair Bolsonaro, o valor efetivamente gasto –que é diferente daquilo que foi empenhado– foi de R$ 1,2 bilhão. Em 2020, marcado pela pandemia, houve queda de quase 55%, para R$ 602 milhões. Leia mais sobre a metodologia do levantamento do Poder360 mais abaixo neste texto.

Em 2018, ainda no governo de Michel Temer (MDB), os gastos foram de R$ 948 milhões. Esses dados estão no painel de compras do Ministério da Economia e contabilizam as seguintes rubricas, usadas como filtros: fornecimento de alimentação, gêneros de alimentação, verbas do Programa Mundial de Alimentação e do Programa de Alimentação do Trabalhador.

O valor que foi efetivamente gasto é diferente daquele que foi empenhado. O valor empenhado corresponde à previsão orçamentária. Já o pago, é quanto foi desembolsado de fato.

É comum que o segundo valor seja menor que o primeiro. No ano passado, por exemplo, houve queda representativa de 51% no que foi pago. Já o empenho foi 21% menor.

Os principais destinos dos alimentos comprados pelo governo federal são: Ministério da Defesa, Ministério da Educação e Embrapa. É natural a queda, já que a maior parte das instituições federais de ensino tenham parado devido à pandemia.

No valor efetivamente gasto, houve alta de 19% de 2018 para 2019. De 2019 para 2020, a queda foi de 51%. Esses percentuais levam em conta o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do período.

METODOLOGIA

O Poder360 consultou os gastos do governo com alimentação acessando o Painel de Compras, ferramenta do Ministério da Economia. Foram considerados os valores empenhados, que são aqueles reservados no Orçamento para determinada atividade, e também os valores pagos, que é aquilo efetivamente desembolsado em determinado ano.

Para filtrar o que foi gasto com alimentação, a reportagem selecionou os seguintes filtros na caixa “Natureza de Despesa” no Painel de Compras:

  • fornecimento de alimentação;

  • gêneros de alimentação;

  • PMA (Programa Mundial de Alimentação); e

  • Programa de Alimentação do Trabalhador.

O PMA é um programa da ONU (Organização das Nações Unidas) de ajuda alimentar multilateral. Recebe doações de governos, de empresas e doações anônimas, e fornece alimentos a populações de regiões pobres.

O Programa de Alimentação do Trabalhador concede incentivos fiscais para empresas cuidarem da saúde nutricional de seus colaboradores de baixa renda, que são aqueles que ganham até 5 salários mínimos por mês.

O Poder360 separou os orçamentos de cada ano, com o que foi reservado e desembolsado naquele exercício específico. A reportagem buscou a “natureza de despesa”, campo no qual o órgão público que faz a compra é obrigado a informar a categoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento da aquisição.

Especialistas em compras públicas e em dados consultados por este jornal digital corroboram que é correta a metodologia adotada para obter os dados desta reportagem. Já nesta 5ª feira (27.jan), o portal UOL chegou, com apuração própria, à mesma conclusão que o Poder360: de que houve redução nos gastos do governo com alimentação em 2020.

Para chegar aos valores do infográfico publicado mais acima neste texto, o Poder360 seguiu as seguintes etapas:

1. acessou a barra “Execução Financeira do Contrato” do Painel de Compras do governo;

2. selecionou, nos filtros disponíveis na lateral esquerda do painel, a opção “2020” no campo “Ano do Empenho”;

 

 

3. selecionou a opção “Executivo” no campo “Poder”;

4. selecionou a opção “Federal” no campo “Esfera”;

5. selecionou as seguintes opções no campo “Natureza de despesa”:

    1. fornecimento de alimentação;

    2. gêneros de alimentação;

    3. PMA- Programa Mundial de Alimentação; e

    4. Programa de Alimentação do Trabalhador.

O procedimento foi repetido mais duas vezes, mudando apenas a opção selecionada no 2º passo descrito acima (com a seleção de “2018” e de “2019”).

DESPESA DO GOVERNO COM ALIMENTOS

Os gastos com leite condensado viralizaram nas redes sociais. Apesar do alto valor, o gasto foi menor que o registrado em 2019, quando a União pagou R$ 29,7 milhões no produto (leia na tabela acima).

Os principais destinos desse item são universidades federais e quartéis, que usam o leite condensado para fazer as sobremesas em restaurantes do tipo bandejão –ao qual universitários e militares têm acesso.

O levantamento do Poder360 indica que o gasto real com leite condensado em 2020 foi de R$ 13,5 milhões.

Já nesta 5ª feira (27.jan), o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Wagner Rosário, disse que os valores utilizados nas reportagens sobre o tema estão equivocados. Segundo o ministro, o valor gasto com leite condensado pelo governo em 2020 foi de R$ 2,54 milhões.

Rosário explicou que há um erro no Painel de Compras que impede que haja distinção dos lançamentos para cada item consumido. Assim, se um item tiver sido comprado junto a mais produtos, o valor informado ao se pesquisar no painel aquele item específico será o total da compra (ou seja, somando também o valor dos demais produtos).

MILITARES

Em nota de esclarecimento divulgada nessa 4ª feira (27.jan.2021), o Ministério da Defesa afirmou que cada militar recebe, por dia, R$ 9 para alimentação.

“O efetivo de militares da ativa é de 370 mil homens e mulheres, que diariamente realizam suas refeições, em 1.600 organizações militares espalhadas por todo o país. O valor da etapa comum de alimentação, desde 2017, é de R$ 9,00 (nove reais) por dia, por militar. Com esses recursos são adquiridos os gêneros alimentícios necessários para as refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar). Esse valor não é reajustado há 3 anos”, diz o texto.

O ministério ressaltou que o leite condensado é um dos itens que compõem a dieta dos militares “por seu potencial energético”.

“O leite condensado é um dos itens que compõem a alimentação por seu potencial energético. Eventualmente, pode ser usado em substituição ao leite.”

Quanto à compra de gomas de mascar, outro item presente na lista de compras da pasta, a Defesa explicou que “o produto ajuda na higiene bucal das tropas”.

“No que se refere a gomas de mascar, o produto ajuda na higiene bucal das tropas, quando na impossibilidade de escovação apropriada, como também é utilizado para aliviar as variações de pressão durante a atividade aérea”.

Poder360

Fonte: Poder360

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