Milhares protestam em Viena contra restrições; Húngaros e holandeses saem às ruas
VIENA (Reuters) - Milhares de manifestantes entraram em conflito com a polícia em Viena neste domingo no local onde estava previsto um protesto da extrema direita, que foi proibido, contra as restrições para enfrentar o coronavírus.
A polícia de Viena proibiu protestos planejados para este fim de semana, incluindo um que era organizado pelo Partido da Liberdade, de extrema direita, sob a justificativa de que os manifestantes no geral não têm obedecido as regras de distanciamento social e não costumam usar máscaras.
Desde 26 de dezembro, a Áustria está em seu terceiro lockdown nacional, com o fechamento de comércio não essencial e de muitos outros negócios, cujos funcionários não têm conseguido trabalhar.
O opositor Partido da Liberdade denunciou várias restrições como “loucura do corona” e seus líderes têm enviado mensagens contraditórias em assuntos como a vacinação.
A afiliação de muitos dos manifestantes de domingo não ficou imediatamente clara.
Alguns deles, no entanto, expressaram apoio ao Partido da Liberdade e muitos se opuseram ao chanceler conservador Sebastian Kurz, cantando e mostrando faixas dizendo “Kurz precisa ir embora” --frequentemente sem usar máscaras. Muitos carregavam bandeiras da Áustria.
Húngaros protestam contra medidas de bloqueio
BUDAPESTE (Reuters) - Trabalhadores de restaurantes estavam entre centenas de pessoas que protestavam contra medidas de bloqueio para o enfrentamento do coronavírus no domingo em Budapeste, e pelo menos 100 restaurantes planejavam reabrir mesmo com o governo os ameaçando com pesadas multas.
O governo do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse que só poderá começar a flexibilizar as medidas se o número de casos de coronavírus cair drasticamente ou se um grande número de húngaros for vacinado.
A Hungria foi o primeiro país da União Europeia a assinar esta semana um acordo para obter a vacina russa Sputnik V e a chinesa Sinopharm contra a Covid-19.
As medidas atuais de bloqueio incluem toque de recolher noturno e fechamento de escolas secundárias e de todos os restaurantes e cafés, exceto para refeições para viagem.
“Já estamos fartos da destruição em massa de empresas”, disseram os organizadores da manifestação no Facebook.
A Hungria, com uma população de cerca de 10 milhões, relatou um total de 367.586 casos de contaminação pelo novo coronavírus até domingo e 12.524 mortes. Novas infecções têm diminuído, mas mais de 3.500 pessoas ainda estão no hospital.
Os manifestantes usaram máscaras, mas desafiaram as regras que proíbem aglomerações públicas, então a polícia começou a pedir documentos no local.
Os organizadores disseram que mais de 100 restaurantes em toda a Hungria aderiram à campanha para reabrir na segunda-feira, mesmo com o governo aumentando drasticamente as multas por decreto no sábado.
Polícia holandesa dispersa manifestantes para evitar a repetição de motins anti-lockdown
AMSTERDÃ (Reuters) - Cerca de 30 pessoas foram presas em Amsterdã quando a polícia dispersou um protesto contra as medidas de bloqueio contra o coronavírus no domingo, conforme as autoridades buscam evitar uma repetição dos distúrbios que assolaram as cidades holandesas por três dias na semana passada.
A polícia disse ter mandado para casa cerca de 600 pessoas que desrespeitaram as regras de distanciamento social e ignoraram a proibição nacional de reuniões públicas ao se reunirem na Museumplein, no centro de Amsterdã, na tarde de domingo. Não houve relatos de incidentes violentos no final da tarde de domingo.
A adição de um toque de recolher noturno a um bloqueio já amplo desencadeou manifestações violentas na semana passada. Lojas foram saqueadas em várias cidades e 500 pessoas foram presas.