Eficácia de vacinas contra novas cepas de coronavírus é dúvida entre cientistas
As novas variantes do coronavírus no Brasil, Reino Unido e África do Sul estão no centro das discussões científicas neste momento. Ainda não está claro para os cientistas sobre a eficácia de algumas das vacinas já existentes para essas mutações.
As novas cepas estão tendo um comportamento que se difere em alguns aspectos aos da original, como a maior capacidade de transmissão.
Na terça-feira (26), o Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disse que a CoronaVac precisará ser atualizada para abranger as novas variantes e que isso levaria cerca de dois meses, já que os imunizantes são baseados em vírus inativado.
Já a Moderna disse na segunda-feira (25) que uma nova vacina de reforço seria testada para a variante sul-africana, após conclusão de que a resposta do anticorpo pode ser menor com novas variantes. Mas que em algumas variantes detectadas a vacina seria eficaz.
São Paulo confirma os três primeiros casos da nova variante do coronavírus detectada inicialmente em Manaus - Foto: Reuters
Anteriormente, apostava-se que as vacinas lançadas recentemente ao redor do mundo seriam eficazes para as novas cepas, mas novos estudos têm provado o contrário, já que as novas mutações apresentam mudanças importantes sobre a cepa original.
As vacinas que utilizam a tecnologia de mRNA, como as da Pfizer Inc e Moderna, podem ser atualizadas mais rapidamente para as novas variantes.
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Variante de Manaus chega ao estado de São Paulo
No final da tarde de terça-feira, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou em São Paulo os três primeiros casos da nova variante do coronavírus detectada inicialmente em Manaus, no estado do Amazonas.
Esse é o primeiro registro fora do estado do Amazonas e em outra unidade da federação, mas o vírus já pode ter chegado antes ao estado de São Paulo e a outras localidades, já que o país tem um baixo número de sequenciamentos.
A variante apresenta mutações no gene que codifica a proteína spike. Essas mudanças podem indicar a maior capacidade de disseminação dessa nova variante, como está ocorrendo em Manaus, mas isso ainda está sendo pesquisado.
Estudos preliminares de pesquisadores brasileiros e britânicos detectaram que em janeiro cerca de 85% dos casos em Manaus nessa recente explosão do vírus são dessa mutação, embora tenham utilizada uma amostra pequena (142). Em dezembro, o percentual era de 52,2%.
No início do ano, o estado de São Paulo já havia detectado outra variante do coronavírus em solo paulista, a do Reino Unido.