Bolsonaro diz que o Brasil pode comprar vacina da Moderna contra Covid-19

Publicado em 01/01/2021 11:03 e atualizado em 01/01/2021 20:20
"para quem está querendo a vacina, vamos atender de forma grátis e não obrigatória"

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quinta-feira, que o Brasil pode comprar também uma vacina da Moderna contra um Covid-19.

Em sua live semanal, o presidente voltou a dizer que o governo irá disponibilizar vacinas para a parte da população interessada em ser imunizada contra o coronavírus. Repetiu, mais uma vez, que não tomará vacina contra um Covid-19, se justificando pelo fato de já ter sido contaminado -  apesar de haver casos registrados de reinfecção, diz a Reuters..

A Moderna teve sua vacina autorizada para uso emergencial pelos Estados Unidos no último dia 19.

No momento, o Brasil está negociando com um Pfizer, que tem uma vacina desenvolvida pela Biontech.

-- "Além da Pfizer, temos agora uma outra, a Moderna, que pode ser adquirida pelo Brasil", disse Bolsonaro.

"Parece que agora as empresas vão apresentar documentos junto à Anvisa, ... então, caso ela atenda aos requisitos, nós imediatamente podemos fazer as tratativas e consigamos comprar essas vacinas", acrescentou. "Até porque parte da população clama por elas..., então para quem está querendo a vacina,  vamos atender de forma grátis e não obrigatória."

O governo federal já tem um acordo com a AstraZeneca, que desenvolver uma vacina contra a Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford.

Nesta quinta-feira, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, parceira da AstraZeneca no Brasil, disse à Reuters que pretende junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conseguir o uso emergencial dessa vacina. O imunizante da AstraZeneca-Oxford teve o uso emergencial autorizado pelo Reino Unido na quarta-feira.

Além disso, o Brasil conta também com a CoronaVac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, que será desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo do Estado de São Paulo.

Em sua "live', o presidente voltou a criticar governadores e prefeitos que paralisaram atividades (lockdown) como forma de conter a disseminação de Covid-19. Criticou também duramente o uso de máscaras como forma de prevenção.

Bolsonaro diz que não tomará vacina por já ter anticorpos (Poder360)

Ressalta que não será obrigatória; Pazuello será mantido; Critica máscaras na pandemia

O presidente Jair Bolsonaro em live nesta 5ª feira (31.dez.2020)

O presidente Jair Bolsonaro fez uma live nesta 5ª feira (31.dez.2020) no Guarujá (SP), onde passa a virada de 2020 para 2021. Ele estava ao lado de um sargento do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar do Rio, identificado apenas como Max, e de um tradutor de libras da Igreja Batista de São Paulo, cujo nome não foi mencionado. Durante a live o sargento da PM saiu e entrou um tenente do Exército, apresentado só como Moses.

O chefe do Executivo falou sobre as vacinas; disse que trará a pauta do excludente de ilicitude às “novas mesas do Congresso“; defendeu a liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques sobre Ficha Limpa; e atacou o governador João Doria e a mídia.

VACINA

O presidente afirmou que os Estados Unidos e Reino Unido vacinaram menos de 1% de sua população.

Disse que as farmacêuticas apresentarão documentação para o uso emergencial da vacina em breve à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ressaltou que a aplicação será grátis e não obrigatória.

Bolsonaro falou sobre a não responsabilização das empresas por efeitos colaterais, dizendo que é o padrão quando se trata de autorizações emergenciais.

Afirmou novamente que não tomará a vacina, por já ter anticorpos. “Quem quiser pode tomar”, afirmou.

EXCLUDENTE DE ILICITUDE

Ao lado do policial Max, Bolsonaro disse que a atividade policial é “uma profissão que grande parte da mídia não valoriza”.

Ele abriu espaço para que o militar que o acompanhava defendesse o excludente de ilicitude, que impede a punição de policiais que matam em algumas situações. “É uma ferramenta para o policial”, afirmou o PM. O presidente disse então que quer pautar o tema no Congresso em 2021: “Pretendo levar o tema para as novas mesas da Câmara e do Senado no ano que vem”.

“Não é justo o policial receber a visita de um oficial de Justiça. Para tudo tem que ter alguém responsabilizado. Pretende-se botar em votação para [o policial] ter paz para trabalhar”, disse.

PAZUELLO

O presidente negou que o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) será substituído. E apresentou justificativas para o fato de a pasta ter comprado apenas 3% das seringas necessárias à vacinação.  “Sabe para quanto foi o preço da seringa no Brasil? Aqui é Brasil… sabe como está a produção disso? Como o mercado reagiu sabendo que tínhamos que comprar 100 milhões ou mais de seringas? Quando a procura é enorme e a produção não é grande… o preço vai lá para cima“, disse.

IMPRENSA

O presidente disse que houve um “Festival de besteira” na semana. Citou  supostas demissões e troca de ministros publicadas pela mídia. Disse que quem patrocinou grande parte foi o “bumbum e o anus”, citando os jornalistas Ricardo Noblat e Thaís Oyama. Os chamou de “dupla de idiotas.”

ABORTO NA ARGENTINA

Falou sobre a aprovação do aborto na Argentina. “No meu entender isso é assassinato”. Disse que no que depender dele, “o aborto jamais será aprovado no Brasil”.

NUNES MARQUES

O presidente defendeu a liminar do novo ministro do STF, indicado por ele, sobre a Ficha Limpa. Nunes Marques diminuiu o prazo de inelegibilidade de políticos condenados por órgãos colegiados, suspendendo o trecho da lei que contava o prazo de 8 anos sem disputar eleições somente após o cumprimento da pena. Com a nova redação, a compreensão é de que valem 8 anos a partir da condenação. Mas isso será decido pelo plenário do STF.

Bolsonaro se queixou das críticas que recebeu pela indicação de Nunes Marques.“Eu não posso acertar tudo, aceito crítica, sem problema nenhum. Mas é crítica em cima de crítica, e não sabe muitas vezes o que está acontecendo. Por exemplo, né, criticam o Kassio. Onde é que ele errou? ‘Ah, ele desfigurou a Lei da Ficha Limpa’. Mentira!“, disse o presidente, defendendo o ministro.

O que ele fez foi definir o prazo a partir do qual começa a contar os 8 anos de inelegibilidade, nada mais além disso”. Bolsonaro defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), considerando “um absurdo” a suposta inelegibilidade dela depois do impeachment de 2016. Mas Dilma não se tornou inelegível. Concorreu ao Senado em 2018 por Minas Gerais e foi derrotada. Em 29 de dezembro, Bolsonaro colocou em dúvida o fato de Dilma ter sido submetida a tortura quando foi presa na ditadura militar, nos anos 1970.

CLOROQUINA

O presidente defendeu a cloroquina, a ivermectina e o vermífugo Annita. Citou a África subsaariana, dizendo que há poucas mortes por covid-19 no continente, pois os habitantes supostamente seriam tratados com a cloroquina.

Disse que 90% dos servidores que trabalham para a presidência tiveram o covid-19, e que todos se trataram com os remédios. “Todo mundo seguiu o Dr. Messias”, afirmou em alusão a ele mesmo.

O tenente Moses, ao lado do presidente, disse que um colega diagnosticado com a covid-19 não tomou a cloroquina e, por consequência, acabou na cadeira de rodas.

JOÃO DORIA

Jair Bolsonaro atacou também o governador de São Paulo, João Doria. Disse que o chefe do Executivo estadual “perdeu credibilidade” quando foi para Miami, o chamando de irresponsável. Afirmou também que Doria “não conhece o povo“.

“Tem que estar no meio do povo, se bem que não recomendo para você, porque vai se dar mal. Tu não sabe o que é povo. Não sabe o que é sentir o cheiro do povo, nunca entrou na casa de um pobre. Sempre fiz isso minha vida toda”.

Ele atacou o governador pelas medidas de isolamento social adotadas durante a pandemia.

USO DE MÁSCARAS

Bolsonaro disse que recentemente foi a uma lotérica no Distrito Federal, indagando a todos presentes sobre o uso de máscara. Afirmou que não há sentido em sua utilização, citando as funcionárias que “pegam papel e dinheiro” a todo momento.

“Isso é uma ficção”, disse o presidente sobre a proteção oferecida pela máscara. “Quando é que vamos ter gente com coragem, e não sou especialista no assunto, pra falar que a proteção da máscara é um percentual pequeno?”.

O presidente afirmou que a máscara prejudica a pessoa, pois ela estaria “inspirando o CO2 que ela expirou”. 

Multidão se aglomera em praia na cidade fluminense de Cabo Frio

Ano Novo na pandemia tem de aglomerações a cidades vazias (no Poder360)

Mesmo com a pandemia, multidões se aglomeraram em diversas cidades do Brasil e do mundo durante a virada de 2020 para 2021.

Em algumas cidades, como nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, as medidas restritivas conseguiram barrar as comemorações em pontos tradicionais como a praia de Copacabana e a Avenida Paulista. Mas praias de Cabo Frio (RJ) e do Balneário Camboriú (SC) ficaram lotadas. A situação não foi diferente em outros países.

SÃO PAULO

Em anos sem pandemia, a Avenida Paulista é ocupada por cerca de 1 milhão de pessoas que vão ao local para presenciar shows da virada com fogos de artifício e bandas famosas.

Neste ano, a festa foi cancelada em julho de 2020 pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) para evitar aglomerações e propagação da covid-19. A medida deixou a rua da principal avenida da capital vazia para a circulação de carros.

A Avenida Paulista às 23h de 31 de dezembro de 2020Reprodução/Twitter/@DougDorighello

RIO DE JANEIRO

A capital fluminense cancelou a tradicional festa de réveillon na praia de Copacabana em 15 de dezembro. Foram decretadas medidas, como a proibição de queima de fogos e de aparelhos de som, para desestimular aglomerações na orla carioca. Isso fez que comemorações na principal praia do Rio, que geralmente fica lotada, fossem menores. Ainda assim, algumas pessoas passaram a virada no local.

Praia de Copacabana no Rio de Janeiro teve movimentação menor do que em outros anosAna Castro/Arquivo Pessoal – 1º.jan.2021

Em Cabo Frio as multidões tomaram conta da orla da cidade. A praia ficou lotada durante o momento da virada.

Multidão se aglomera em praia na cidade fluminense de Cabo FrioReprodução/Twitter/@isadoraqntnlh – 1º.jan.2021

AMAZONAS

Festas e eventos de Ano Novo foram proibidas no Estado pelo governador Wilson Lima (PSC) em 28 de dezembro. Em Manaus, o principal ponto para comemorar a vira, a praia da Ponta Negra, ficou vazia. A cidade, no entanto, teve queima de fogos e show on-line do Capital Inicial.

Fogos de artifícios foram lançados durante a virada de ano em Manaus | Reprodução/Rede Amazônica Manaus – 1º.jan.2021

SANTA CATARINA

Em Florianópolis a festa que reúne de 80.000 a 90.000 pessoas para passar a virada foi cancelada pela Prefeitura da capital. Isso não impediu que algumas pessoas fossem às praias.

A orla da capital catarinense no momento da viradaDivulgação/SSP-SC – 31.dez.2020

Em Balneário Camboriú a orla ficou lotada, mesmo com as restrições da Prefeitura. Foram proibidos fogos de artifícios, narguilé, equipamentos sonoros, tendas e guarda-sóis a partir das 18h de 31 de dezembro.

Praia em Balneário Camboriú (SC) lotada na passagem de ano | Reprodução/Twitter/@isadoraqntnlh – 1º.jan.2021

CHINA

Em Wuhan, cidade onde surgiu a covid-19, multidões participaram de festas de virada do ano. O local, no entanto, já conseguiu controlar a pandemia e começou a vacinação. Aglomerações em outros pontos do país também foram registadas.

Jovens sem máscara na contagem regressiva da virada de 2020 para 2021 em XangaiChen Fei/Xinhua – 31.dez.2020

Evento de réveillon na cidade chinesa de SanyaZhao Yingquan/Xinhua – 1º.jan.2021

FRANÇA

Paris teve fortes medidas restritivas. A polícia chegou a cercar a região da avenida  Champs-Élysées, que ficou vazia. Contudo, houve queima de fogos na Torre Eiffel.

NOVA ZELÂNDIA

Exemplo do combate à covid-19, o país realizou evento com multidões para comemorar a chegada de 2021 já que a pandemia está controlada na nação.

(no Poder360)
Fonte: Reuters/Poder360

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