Brasil tem maior registro diário de mortes por Covid-19 desde 14 de novembro

Publicado em 08/12/2020 19:55

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta terça-feira 842 novos óbitos em decorrência da Covid-19, a maior contagem diária desde meados de novembro, o que eleva o total de mortes pela doença no país a 178.159, informou o Ministério da Saúde.

A notificação diária de óbitos havia ultrapassado a marca de 800 pela última vez em 14 de novembro, quando 921 mortes foram registradas, de acordo com os dados do governo.

Além disso, também foram confirmados nesta terça-feira 51.088 novos casos da doença provocada pelo coronavírus, com o total de infecções no país atingindo 6.674.999, acrescentou o ministério.

Com isso, o país retomou o patamar dos 50 mil casos diários, após as quedas que costumam ocorrer aos domingos e segundas, quando os números da pandemia ficam abaixo da média em função de um represamento de testes.

Em meio a um repique da doença, este é o maior nível diário de casos desde 28 de novembro, quando o país contabilizou 51.922 infecções.

Estado mais afetado pela doença no país, São Paulo atingiu nesta terça as marcas de 1.296.801 casos e 43.282 mortes.

Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas (444.800 casos, 10.345 mortes), mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados (374.753 casos, 23.270 mortes).

O Brasil é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.

Brasil tem 300 milhões de doses de vacinas contra Covid-19, diz Pazuello; CoronaVac é ignorada

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil possui atualmente mais de 300 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 garantidas por meio de diferentes acordos, que aguardam apenas o aval da Anvisa para serem usadas na população, disse nesta terça-feira o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ignorou a CoronaVac em sua contas.

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Pazuello detalhou os acordos que o país fechou até o momento para receber e produzir no país o imunizantes da AstraZeneca, assim como o acordo fechado com a aliança global de vacinação Covax Facility e ainda a provável contratação --que está na fase de memorando de entendimento-- com a farmacêutica Pfizer.

Nesse último acerto, o ministro disse que o memorando assinado prevê 70 milhões de doses da vacina da Pfizer para começar o recebimento a partir de janeiro de 2021.

Na fala, Pazuello disse que qualquer vacina que tiver comprovada sua eficácia e segurança, assim como registro da Anvisa, vai ser comprada pelo governo federal. "Não abrimos mão disso", destacou.

Contudo, em nenhum momento o ministro mencionou nominalmente a CoronaVac, imunizante da chinesa Sinovac que está sendo testado e produzido no país pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Doria e o presidente Jair Bolsonaro têm tido um embate em relação ao protagonismo sobre a vacinação no país.

Em um recado indireto ao governador de São Paulo, João Doria, que anunciou na véspera o início da vacinação com a CoronaVac no Estado em 25 de janeiro, o titular da Saúde também destacou que o país é uma só nação.

"Não podemos dividir o Brasil num momento em que todos nós passamos essas dificuldades", afirmou.

Bolsonaro já vetou publicamente um acordo do governo federal para uso da CoronaVac.

Em reunião mais cedo com governadores, em que se discutiu um plano nacional de vacinação, Pazuello comprometeu-se em comprar todas vacinas que forem aprovadas pela Anvisa e, quanto ao imunizante chinês, disse também que vai adquiri-la se tiver demanda.

Biden estabelece principais metas de combate à pandemia - vacinação, máscaras e volta às aulas

WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou a equipe que irá liderar a resposta de seu governo à pandemia do coronavírus nesta terça-feira, enfatizando a distribuição em massa que será necessária para atingir a meta de 100 milhões de vacinas aplicadas nos primeiros 100 dias de governo. 

Biden afirmou que precisa que o Congresso aprove o financiamento completo da distribuição das vacinas para todos os cantos dos Estados Unidos. Promover a volta das crianças às aulas será uma prioridade nacional nos primeiros 100 dias, disse Biden em um pronunciamento em Wilmington, no Estado do Delaware. 

"Em 100 dias podemos mudar o curso da doença e mudar a vida nos Estados Unidos para o melhor", disse Biden. "Qualquer que seja sua visão política ou ponto de vista, use máscara por 100 dias". 

O coronavírus já matou mais de 283 mil pessoas nos Estados Unidos e causou perdas de milhões de empregos. 

Vacinas eficientes podem ajudar o governo Biden a voltar sua atenção aos cuidados com a economia norte-americana, duramente atingida pelo período de pandemia. Mais notícias positivas vieram nesta terça-feira da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) mostrando que o órgão regulador não levantou novas questões sobre a eficácia ou a segurança da vacina da Pfizer.

"Meus primeiros 100 dias no cargo não irão acabar com o vírus da Covid-19. Eu não posso prometer isso", disse Biden, que assume a Presidência no dia 20 de janeiro. "Mas nós não entramos nessa bagunça rapidamente. Não vamos sair dela rapidamente. Vai levar algum tempo". 

Biden apresentou o procurador-geral do Estado da Califórnia, Xavier Becerra, um ex-deputado latino, como seu indicado para o cargo de secretário da Saúde e Serviços Humanos. Becerra tem um longo histórico de apoio ao Ato de Cuidados Acessíveis, mais conhecido pelo apelido de "Obamacare". 

Biden escolheu Rochelle Walensky, diretora de Doenças Infecciosas do Hospital Geral de Massachusetts em Boston, para liderar o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. 

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, foi nomeado conselheiro-chefe de Biden para assuntos médicos e Vivek Murthy voltará a ocupar um cargo de conselheiro de saúde que teve no governo do ex-presidente Barack Obama. 

Biden escolheu Jeff Zients, um conselheiro econômico conhecido por suas habilidades administrativas, como o "czar" do coronavírus. Zients irá supervisionar a resposta à pandemia, incluindo a distribuição das vacinas. 

"O socorro está chegando", disse a vice-presidente eleita Kamala Harris após os novos membros da equipe de saúde de Biden se apresentarem. "E o socorro está muito atrasado".

Fonte: Reuters

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