Empresas brasileiras consideram possivel repassar altas de preços para a China
SÃO PAULO (Reuters) - A Klabin deve implementar um recente aumento de preços de celulose na China sem dificuldade, sinalizou um fabricante de papel e celulose em evento com analistas e investidores nesta sexta-feira, conforme relato da equipe do Bradesco BBI sobre o ' Klabin Day 2020 'em relatório a clientes.
"Para 2021, a dinâmica deve melhorar ainda mais, uma vez que o crescimento da oferta deve ser limitado, enquanto a demanda deve recuperar na margem", detalhou o analista Thiago Lofiego, explicando que uma companhia vê oportunidades de aumento de preços em outras regiões , como Europa.
Em relação ao segmento de embalagens, as tendências devem sustentar uma demanda e a lucratividade, citou o analista. "As perspectivas são positivas, impulsionadas pelo crescimento do comércio eletrônico, que apresenta melhor rentabilidade relativa, e produtos inovadores para substituição de plásticos."
De acordo com o relato de Lofiego, a Klabin espera alta de preços acima da informação no futuro próximo no segmento, em razão do mercado apertado. "A nova plataforma e-Klabin (combinando B2B, market place e clientes menores) também pode impulsionar as vendas", acrescentou.
No que diz respeito à linha de kraftliner a Klabin também está bem posicionada, segundo o analista do Bradesco BBI, gerado que o tamanho do mercado global de papel cartão é atualmente de 167 milhões de toneladas, das quais cerca de 42 milhões de toneladas são baseadas em fibra virgem.
"Em 2030, a Klabin espera que o mercado totaliza 219 milhões de toneladas e cerca de 51 milhões de toneladas de fibra virgem", observado, relacionado que a percepção da companhia é de que como novas adições de capacidade não devem ser prejudiciais, dadas como perspectivas de crescimento da demanda.
"A Ásia é o motor mais relevante (também impactado pelas proibições de resíduos e plásticos da China), mas como perspectivas são saudáveis para outras regiões, como os EUA e o Brasil, o que é favorável para a dinâmica global de preços."
A companhia também reportou no evento que o projeto Puma II está evoluindo positivamente, com 69% das obras das ilhas de processo concluídas até o momento. Executivos mencionaram que a Klabin conseguiu garantir contratos de volume com clientes, compreendendo 50% da produção da máquina kraftliner de 450 kt.
"A empresa ainda estuda uma segunda fase do PUMA II, que será em kraftliner ou papelão e, para manter o cronograma de start-up do segundo de 2023, uma decisão deve ser tomada no primeiro trimestre de 2021", disse, aninhando que a empresa vê a integração com um IP acima das expectativas.
Na avaliação de Lofiego, Klabin está claramente bem posicionada para continuar a se beneficiar das tendências ocorrer do mercado de embalagens, como o crescimento do comércio eletrônico e a mudança nos padrões de consumo para produtos mais ecológicos.
Ele acrescentou ainda que expressiva flexibilidade operacional da Klabin no segmento de embalagens de papel e a alta exposição aos setores de necessidades necessárias devem continuar sustentando os resultados da empresa no próximo ano, enquanto o ciclo da celulose está em um ponto de inflexão.
"Mantemos nossa classificação de 'outperform' na Klabin", afirmou o analista, que tem preço-alvo de 27 reais para as unidades da empresa.
Por volta das 15:00, os papéis da empresa avançavam 1,4%, a 24,38 reais, enquanto o Ibovespa subia 1%. Em 2020, as unidades da Klabin acumulam alta de 32,6%, contra declínio de 2% do Ibovespa.