Recuo dos preços na zona do euro reforça perspectiva de estímulo do BCE

Publicado em 01/12/2020 08:44

Os preços na zona do euro permaneceram em queda pelo quarto mês consecutivo em novembro, reforçando as preocupações do Banco Central Europeu de que o recuo pode ser mais persistente do que se temia, à medida que as molduras deflacionárias se intensificam em meio a uma recessão profunda.

A taxa anualizada dos preços nos 19 países que compartilham o euro manteve-se em -0,3%, abaixo das expectativas de -0,2%, com os preços de energia caindo e o declínio dos bens industriais não energéticos acelerando depois que a Europa implementou medidas de lockdown para combater uma pandemia de coronavírus.

Talvez mais preocupante para as autoridades de política monetária, uma medida mais restrita, que exclui os custos de alimentos e energia, permaneceu em 0,4%, bem abaixo da meta do BCE de quase 2%, um objetivo que não foi alcançado há mais de sete anos.

Com a zona do euro voltando à recessão no quarto trimestre, o BCE já sinalizou mais estímulos em sua reunião de dezembro, defendendo a necessidade de mais compras de títulos de emergência e liquidez barata para os bancos, disponibilizando como autoridades apenas com a função de debater os detalhes do pacote.

Os formuladores de políticas monetárias também argumentaram que a tarefa é manter as condições de financiamento em seus níveis atuais, ao reduziri-las ainda mais, um ponto também levantado por membro do conselho do BCE, Isabel Schnabel, em uma entrevista à Bloomberg.

Embora os mercados esperem uma extensão de seis meses nas compras de títulos de emergência, Schnabel disse que uma prorrogação mais longa também está sendo considerada e não é função do BCE atender às expectativas do mercado.

A notícia deve ser a discussão principal na reunião de dezembro, já que as autoridades estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de uma recessão profunda e prolongada tornar as cortinas deflacionárias mais permanentes.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar oscila em margens estreitas e fecha perto da estabilidade no Brasil
Trump vai propor dedução dos juros sobre financiamento de veículos
Presidente do Fed de Atlanta se diz "confortável" em manter juros inalterados em novembro
Ações recuam na Europa após dados de inflação dos EUA e com orçamento francês em foco
Fed deve cortar juros gradualmente para 3,5% até meados de 2025, segundo operadores
Wall Street cai após dados sobre inflação e pedidos de auxílio-desemprego