Dow Jones e S&P 500 fecham em máximas históricas com novas esperanças sobre vacina contra Covid-19

Publicado em 16/11/2020 18:19 e atualizado em 17/11/2020 06:16

NOVA YORK (Reuters) - Os índices S&P 500 e Dow Jones fecharam em máximas recordes nesta segunda-feira, com a notícia de outra promissora vacina contra o coronavírus alimentando esperanças de erradicar a Covid-19, embora um aumento de infecções e novas paralisações ameacem impedir a recuperação da recessão causada pela pandemia.

Todos os três principais índices de ações dos Estados Unidos avançaram na sessão. Com seu novo recorde de fechamento, o Dow Jones, índice de blue-chips, tornou-se o último dos três a recuperar os níveis alcançados em fevereiro, antes que os lockdowns empurrassem os mercados a uma queda livre.

O índice Russell 2000 também encerrou o pregão numa máxima de todos os tempos.

De acordo com dados preliminares, o Dow Jones subiu 1,62%, para 29.958,53 pontos. O S&P 500 ganhou 1,18%, para 3.627,32 pontos, e o Nasdaq Composite teve alta de 0,8%, para 11.924,13 pontos.

Preços do petróleo sobem após novos sinais de progresso em vacina contra Covid-19

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam em alta de mais de 2% nesta segunda-feira, após operarem com ganhos ainda mais acentuados durante a sessão, depois de a Moderna afirmar que sua vacina experimental contra a Covid-19 obteve eficácia de 94,5%.

O contrato do petróleo Brent para janeiro terminou a sessão em alta de 1,04 dólar, ou 2,43%, a 43,82 dólares por barril, após avançar mais de 4% no início do dia. Já o petróleo dos Estados Unidos (WTI) para dezembro apurou ganho de 1,21 dólar, ou 3%, a 41,34 dólares o barril.

"Houve uma pressão de compra um pouco excessiva, que nos levou a superar o ponto em que os fundamentos nos davam suporte, então mantivemos os ganhos apenas parcialmente", disse Gary Cunningham, diretor de pesquisas de mercado da Tradition Energy em Stamford.

"Temos uma preocupação crescente com a demanda global, já que os surtos de Covid-19 continuam ao redor do mundo", acrescentou.

O anúncio da Moderna ocorre após a Pfizer relatar na semana passada que sua vacina registrou eficácia de mais de 90%, aumentando as expectativas de que os danos econômicos globais causados pela pandemia possam ser reduzidos.

Os preços também foram apoiados por dados que mostraram uma recuperação na China e Japão, com números indicando que as refinarias chinesas processaram níveis diários recordes de petróleo em outubro.

Ibovespa atinge maior nível desde início de março apoiado em otimismo sobre vacina

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, acima dos 106 mil pontos, o que não acontecia desde o começo de março, mês que marca o agravamento da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19 no Brasil.

Investidores reagiram positivamente ao anúncio da farmacêutica norte-americana Moderna, de que sua vacina experimental é 94,5% eficaz na prevenção da Covid-19, com base em dados preliminares de um estudo clínico em estágio avançado.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,63%, a 106.429,92 pontos, maior patamar de fechamento desde 4 de março.

O volume financeiro somou 51,1 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de contratos de opções sobre ações, units e ETFs (fundos de ações negociados em bolsa) na B3, que movimentou 14 milhões de reais, e blocktrade com papéis da Vale.

"Desenvolvimentos recentes encorajadores sobre vacinas do Covid-19 são um bom presságio para uma redução significativa das restrições à atividade (econômica) em 2021", disse o diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics, Ben May.

Na semana passada, a Pfizer anunciou que a vacina que está desenvolvendo com a BioNTech se mostrou ser 90% eficaz na prevenção da doença, animando os mercados na ocasião.

O avanço do Covid-19 na Europa e Estados Unidos tem adicionado preocupações sobre novas medidas de isolamento social, o que poderia afetar a recuperação da economia global, após o tombo registrado no segundo trimestre.

Nesse contexto, também repercutiu positivamente sinalização dos principais conselheiros do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de que não há planos de 'lockdown' nacional para controlar o contágio pela doença.

Em Wall Street, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam em máximas históricas.

No Brasil, balanços corporativos também repercutiram, com a temporada de resultados se aproximando do final. Após o fechamento, Qualicorp e Notre Dame Intermédica apresentam seus números.

Para estrategistas do BTG Pactual, citando análise preliminar, que exclui os números de Petrobras e Vale, a temporada mostrou desempenho surpreendente em relação ao mesmo período do ano anterior.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançou 2,92%, na esteira da alta do petróleo no exterior e anúncio da estatal de que abriu processo para vender 50% de sua participação nas concessões do importante Polo Marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. A notícia agradou analistas. O Goldman Sachs afirmou que a operação pode ajudar a empresa a atingir sua meta de dívida bruta de 60 bilhões de dólares até 2022.

- VALE ON encerrou com acréscimo de 2,64%, em sessão que inclui 'blocktrade' envolvendo a ação da mineradora, que teve a corretora do Bradesco intermediando a venda e a do Morgan Stanley, a venda. No mercado, as informações eram de que o BNDES vendeu os papéis, dando continuidade à sua política de desinvestimentos. No setor, GERDAU PN, CSN ON e USIMINAS PNA subiram.

- AZUL PN e GOL PN valorizaram-se 10,86% e 8,49%, respectivamente, na esteira das esperanças de uma vacina contra o Covid-19. A Azul divulgou prejuízo de 1,2 bilhão de reais para o terceiro trimestre, mas a receita dobrou ante o segundo trimestre. Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, apesar do resultado operacionalmente mais robusto que no segundo trimestre, ainda não mostra a retomada que o mercado parece estar vivenciando.

- CVC BRASIL ON subiu 1,38%, não acompanhando o ritmo de outros papéis que foram afetadas duramente pela crise desencadeada pelo coronavírus, tendo de pano de fundo resultado do terceiro trimestre com prejuízo líquido consolidado de 215,5 milhões de reais. A maior operadora de turismo do país afirmou em teleconferência que deve concluir em breve negociação com credores.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 3,51%, reforçando a alta do Ibovespa, com papéis de bancos do Ibovespa como um todo no azul. BRADESCO PN subiu 4,38%. Também chamou a atenção a alta de 7,25% de SANTANDER BRASIL UNIT.

- CEMIG PN registrou elevação de 3,80%, tendo no radar resultado trimestral, bem como declarações de executivos da elétrica controlada pelo governo de Minas Gerais, de que a companhia mantém o plano de vender sua fatia remanescente na Light, enquanto pelo lado da expansão avalia novos projetos eólicos e solares. LIGHT ON, que não está no Ibovespa, subiu 1,05%.

- TOTVS ON caiu 2,45%, após a CVM autorizar fundadores da Linx a votar na assembleia sobre a oferta de aquisição feita pela StoneCo marcada para terça-feira. A Totvs disputa a Linx com StoneCo. LINX ON cedeu 4,92% e STONECO, que é negociada em Nova York, subiu 1,68%. Para analistas do Bradesco BBI, a decisão da CVM eleva a chance de um desfecho bem-sucedido a favor StoneCo.

- B2W ON recuou 1,29% e MAGAZINE LUIZA ON perdeu 1%, em nova sessão de realização de lucros no setor, com VIA VAREJO ON fechando em baixa de 0,17%.

Fonte: Reuters

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