TSE diz que não há problema na apuração de votos, mas em divulgação pela plataforma

Publicado em 15/11/2020 19:44 e atualizado em 16/11/2020 05:34
TSE enfrenta lentidão em totalização de votos, nega relação com tentativa de ataque hacker, diz a Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse neste domingo que está enfrentando uma lentidão na totalização dos votos do primeiro turno da eleição municipal em todo o país, mas negou que ela tenha relação com a tentativa de ataque cibernético que o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, disse ter sido frustrado.

"Em razão de uma lentidão no processo de totalização dos votos (soma dos votos), está ocorrendo um atraso para a divulgação dos resultados da apuração", afirmou o TSE em nota à imprensa.

"Os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto."

A apuração em São Paulo, por exemplo, estava em apenas 0,39% das seções eleitorais apuradas após duas horas e quarenta minutos do fechamento das urnas. Em Recife, estava em 0,59%, em Belo Horizonte em 1,68%.

Mais cedo, Barroso disse que o TSE frustrou a tentativa de um ataque hacker e negou que ela pudesse atrapalhar a apuração, lembrando que as urnas eletrônicas não ficam online.

Segundo ele, um dos procedimentos de segurança adotados para neutralizar a tentativa de ataque foi o desligamento de um dos principais servidores, além de um backup das informações mais importantes, retiradas de rede, como garantia para o caso de ataque bem-sucedido.

Na nota da noite deste domingo, o TSE negou que a tentativa de ataque tenha relação com a lentidão na totalização dos votos.

"O problema está sendo resolvido pelos técnicos, para a retomada mais célere do processo de divulgação. Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã", afirmou o tribunal. 

Votações já foram encerradas mas resultado da apuração travou, diz Poder360

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nega atraso na apuração das eleições deste domingo (15.nov.2020)., segundo o site politico Poder360. De acordo com a publicação, a Corte eleitoral informa que há um “delay” na passagem das informações para o sistema de divulgação, mas não na apuração dos votos em si.

Durante a tarde, o presidente da Corte eleitoral, Luís Roberto Barroso, admitiu que houve uma tentativa de ataque hacker ao TSE. Ele disse, porém, que a iniciativa foi neutralizada. O TSE nega relação entre os 2 fatos: “não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã”.

O magistrado informou ainda que a Corte tem atuado de forma preventiva a ataques, com um sistema de defesa e realizando backups dos dados do sistema eleitoral. Durante o processo, disse, um dos servidores teve de ser desligado – o que ocasionou instabilidade no e-Título.

Eis a nota oficial do TSE:

“Em razão de uma lentidão no processo de totalização dos votos (soma dos votos), está ocorrendo um atraso para a divulgação dos resultados da apuração.

Os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto.

O problema está sendo resolvido pelos técnicos, para a retomada mais célere do processo de divulgação.

Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã.”

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enfrenta dificuldades técnicas para divulgação dos resultados do pleito de 2020. Por sua vez, não há problema no sistema de totalização e apuração dos votos, segundo a assessoria da Corte.

Após as instabilidades enfrentadas no aplicativo e-Título, agora é o site de divulgação das Eleições (resultados.tse.jus.br) que apresenta problemas na atualização dos dados.

Mas a informação é de que essa dificuldade técnica não reflete nenhum problema no sistema de apuração, que estaria recebendo normalmente as informações do pleito.

Segundo o tribunal, há demora no envio em tempo real dos dados do sistema para divulgação. O problema, segundo o TSE, está sendo resolvido por técnicos.

"Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã", afirmou o TSE em nota.

Eduardo Bolsonaro usa ataque de hackers ao TSE para promover voto impresso (no Poder360)

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou o ataque cibernético sofrido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) neste domingo de votações (15.nov.2020) para promover a proposta de volta do voto impresso.

Ele é filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, habitual defensor da volta do método antigo de escolher representantes.

O ataque não teve sucesso, segundo o Tribunal. A tentativa de invasão teria ocorrido no início da tarde deste domingo (15.nov). Paralelamente, eleitores depositavam seus votos nas urnas eletrônicas. Os equipamentos não têm ligação com a internet.

“O ataque hacker, partido do exterior, não afeta a apuração da eleição, mesmo tendo exposto dados de funcionários do TSE, disse o TSE. Mas sempre há o risco. Se já tivesse sido implementado o voto impresso as eleições estariam garantidas, fora a questão da transparência e auditoria”, escreveu o deputado em sua conta no Twitter.

Eduardo também publicou no Instagram uma frase atribuída a Josef Stalin, que diz: “Quem vota e como vota não conta nada; quem conta os votos é que realmente importa”. E acrescentou que “a transparência é essencial à apuração”.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse no início de novembro que a volta para as cédulas físicas seria “retrocesso“. “As urnas eletrônicas são confiáveis. O problema delas é o custo”, declarou na ocasião. “Retornar ao voto impresso é 1 retrocesso, é como comprar 1 videocassete”, disse o ministro.

MEDIDA BARRADA PELO SUPREMO

A adoção do voto impresso foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal em setembro de 2020. A Corte entendeu que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto.

O voto impresso era uma das mudanças estabelecidas pela minirreforma eleitoral em 2015. Foi vetado pela então presidente, Dilma Rousseff (PT). No entanto, em novembro daquele ano, o Congresso derrubou o veto. A proposta era do então deputado federal Jair Bolsonaro.

SEM INDÍCIOS DE FRAUDES

As urnas eletrônicas estão em funcionamento no Brasil desde 1996. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma que nunca foram detectadas fraudes na apuração dos votos realizados por meio eletrônico.

A Justiça Eleitoral realiza testes públicos periódicos para detectar eventuais vulnerabilidades no sistema e aprimorar a segurança do processo eleitoral. Apesar de as urnas não imprimirem comprovantes dos votos, os equipamentos podem ser auditados, caso algum candidato levante dúvidas sobre a votação recebida.

Segundo o TSE, o sistema de apuração não pode ser invadido pela internet. Isso porque a Justiça Eleitoral utiliza uma rede própria, sem conexão com outros computadores. Há pelo menos 30 sistemas de segurança inseridos em cada urna. Além disso, os equipamentos são protegidos contra a instalação de programas externos.

 

Fonte: Reuters/Poder360

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