Equipe de Biden diz que recontagem de votos na Geórgia não revela irregularidades

Publicado em 15/11/2020 16:06 e atualizado em 15/11/2020 19:59

WILMINGTON, Delaware (Reuters) - A recontagem da eleição presidencial na Geórgia tem alterado o total de votos "quase imperceptivelmente", não oferecendo nenhuma evidência de irregularidades generalizadas no Estado crucial, onde projeções apontam para a vitória do democrata Joe Biden, disse sua equipe no domingo.

Trump volta atrás em reconhecimento de vitória de Biden e diz que não admitiu nada

WASHINGTON (Reuters) - O presidente Donald Trump voltou atrás após aparentemente reconhecer pela primeira vez neste domingo a vitória de Joe Biden na eleição do dia 3 de novembro, dizendo que não admitiu "nada" e repetindo suas alegações infundadas de fraude eleitoral generalizada.

Biden derrotou Trump ao vencer uma série de Estados cruciais que o republicano havia conquistado em 2016. O ex-vice-presidente democrata também conquistou o voto popular nacional por uma margem de mais de 5,5 milhões de votos, ou 3,6 pontos percentuais.

Trump fez suas declarações contraditórias em uma série de postagens no Twitter.

"Ele venceu porque a eleição foi fraudada", escreveu Trump na manhã deste domingo, sem se referir a Biden pelo nome. "NÃO FORAM PERMITIDOS OBSERVADORES, o voto foi tabulado por uma empresa privada da esquerda radical, Dominion, que tem má reputação e equipamento ruim e que não poderia nem mesmo se qualificar para apurar o Texas (onde ganhei por muito!), a Fake & Silenciosa Imprensa, & muito mais!"

Cerca de uma hora depois, Trump escreveu: "Ele só venceu aos olhos da MÍDIA FAKE NEWS. Não admito NADA! Temos um longo caminho a percorrer. Esta foi uma ELEIÇÃO FRAUDADA!"

Em entrevista ao programa "Meet the Press", da NBC, o escolhido por Biden para ocupar o cargo de chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, disse: "O Twitter de Donald Trump não torna Joe Biden presidente ou não-presidente. O povo americano fez isso."

A equipe eleitoral de Trump tem entrado com ações legais que buscam anular os resultados em vários Estados, embora sem sucesso, e especialistas jurídicos argumentam que a manobra legal tem poucas chances de alterar o resultado da eleição.

Autoridades eleitorais de ambos os partidos disseram que não há evidências de grandes irregularidades. Democratas e outros críticos acusaram Trump de tentar deslegitimar a vitória de Biden e minar a confiança do público no processo eleitoral norte-americano.

Antes da eleição, Trump se recusou a se comprometer com uma transferência pacífica de poder.

A recusa de Trump em ceder não muda o fato de Biden ser o presidente eleito, mas paralisou o costumeiro processo de transição para uma nova administração presidencial.

A decisão da administração Trump em não reconhecer Biden como o vencedor tem impedido que Biden e sua equipe obtenham acesso a escritórios governamentais e ao financiamento normalmente concedido a um novo governo para garantir uma transição tranquila.

Trump cita vitória de Biden no Twitter, ainda repete  alegações de fraude

WASHINGTON (Reuters) - O presidente Donald Trump pareceu reconhecer no domingo pela primeira vez publicamente que seu rival democrata, Joe Biden, venceu a eleição presidencial de 3 de novembro nos Estados Unidos, mas reiterou suas falsas alegações de que a votação foi fraudada.

"Ele venceu porque a eleição foi fraudada", tuitou Trump.

O presidente ainda não havia admitido a vitória de Biden, que foi declarado vencedor em 7 de novembro, depois que resultados estaduais garantiram a vitória do ex-vice-presidente democrata.

Biden obteve 306 votos no sistema de Colégio Eleitoral determinado Estado a Estado que define o vencedor presidencial, de acordo com a Edison Research, muito mais do que os 270 necessários.

Em vez disso, Trump passou seus dias com poucos eventos públicos e insistiu em alegações infundadas de fraude nas redes sociais.

O presidente dos Estados Unidos também travou o processo normal do governo de preparação para uma nova administração presidencial, que tanto democratas quanto alguns republicanos disseram ter sérias implicações para a segurança nacional.

A equipe de campanha de Trump e os republicanos também buscaram levar seu caso aos tribunais em alguns dos Estados cruciais, mas foram amplamente rejeitados.

Enquanto isso, Biden e a vice-presidente eleita Kamala Harris avançaram com seus esforços de transição, incluindo briefings sobre o surto de Covid-19.

Braço direito de Biden pede ao Congresso urgência em pacote de alívio contra o coronavírus

WASHINGTON (Reuters) - O futuro chefe de gabinete do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu neste domingo ao Congresso que aprove urgentemente uma ajuda financeira bipartidária para a pandemia, em meio a recordes de novos casos de coronavírus que estão sobrecarregando muitas redes públicas de saúde por todo o país.

Em uma entrevista ao programa "Meet the Press" da NBC News, Ron Klain disse que tal projeto é urgentemente necessário devido ao aumento de casos de Covid-19, e que um pacote de ajuda deveria ser aprovado antes de Biden assumir o cargo no dia 20 de janeiro.

Klain acrescentou que a equipe de Biden planeja se reunir com a Pfizer Inc e outras farmacêuticas esta semana, mas ainda está aguardando a autorização do governo federal vigente para iniciar formalmente os esforços de transição entre seus assessores ligados ao combate à pandemia e a Força-Tarefa do Coronavírus da Casa Branca.

Fonte: Reuters

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