BCE mira mais compras de títulos e empréstimos baratos para apoiar zona do euro, diz Lagarde

Publicado em 11/11/2020 12:56

FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) vai focar principalmente a possibilidade de mais compras emergenciais de títulos e empréstimos baratos para os bancos quando organizar seu novo pacote de estímulo para ajudar a economia atingida pela pandemia, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta quarta-feira.

Lagarde afirmou que a inflação no bloco de 19 países provavelmente permanecerá negativa por mais tempo do que o esperado, à medida que uma segunda onda de Covid-19 impõe novas restrições à atividade econômica.

O trabalho do BCE é manter os custos dos empréstimos suficientemente baixos para famílias, empresas e governos e apoiar o setor bancário para evitar uma crise de crédito, disse ela, apontando o Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) e as Operações Direcionadas de Refinanciamento de Longo Prazo (TLTROs) como seus instrumentos de escolha.

"Embora todas as opções estejam sobre a mesa, o PEPP e as TLTROs provaram sua eficácia no ambiente atual e podem ser ajustados dinamicamente para reagir à medida que a pandemia evolui", disse Lagarde.

"Assim, eles provavelmente continuarão sendo as principais ferramentas para ajustar nossa política monetária."

Seus comentários confirmaram o que fontes disseram à Reuters após a reunião de política monetária do BCE em 10 de outubro e na semana passada.

Em uma sugestão de que o BCE poderia ampliar ambas as ferramentas significativamente, Lagarde enfatizou "a duração do apoio à política monetária" para garantir que todas as partes da economia contem com a continuidade de condições de financiamento "excepcionalmente favoráveis".

A presidente do BCE jogou água fria no otimismo crescente dos investidores em relação a uma nova vacina, depois de a farmacêutica norte-americana Pfizer dizer na segunda-feira que sua vacina experimental para a Covid-19 é mais de 90% eficaz com base nos resultados de testes iniciais.

"Embora as últimas notícias sobre uma vacina pareçam encorajadoras, ainda podemos enfrentar ciclos recorrentes de aceleração da propagação viral e restrições cada vez mais rígidas até que a imunidade generalizada seja alcançada", acrescentou.

(Por Francesco Canepa)

Fonte: Reuters

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