Trump não planeja ceder tão cedo, indicam aliados e assessores

Publicado em 08/11/2020 04:31

WASHINGTON, 7 Nov (Reuters) - Após projeções neste sábado indicando o democrata Joe Biden como vitorioso na corrida eleitoral, o presidente republicano Donald Trump e seus aliados deixaram um coisa clara: ele não planeja ceder tão cedo.

O presidente, que passou meses tentando minar os resultados eleitorais com alegações não comprovadas de fraude, prometeu neste sábado avançar com uma estratégia legal, com a qual ele espera derrubar resultados em Estados que deram a Biden a vitória.

Assistentes de Trump e aliados republicanos, embora um pouco em conflito sobre como proceder, apoiaram em sua maioria a estratégia.

"O simples fato é que esta eleição está longe de terminar. Joe Biden não foi certificado como vencedor em nenhum Estado", afirmou Trump em um comunicado divulgado por sua campanha.

Os aliados e conselheiros do presidente admitiram privadamente que são poucas as chances do ex-empresário de Nova York de derrubar os resultados das eleições.

Enquanto se prepara para uma eventual concessão, eles pediram tempo para que os desafios nos tribunais sigam seu curso.

"Ele deve permitir que as recontagens prossigam, fazer qualquer reclamação que exista, e então, se nada mudar, ele deve ceder", disse um assessor de Trump.

Os republicanos estão tentando levantar pelo menos 60 milhões de dólares para financiar contestações judiciais em vários Estados, disseram fontes à Reuters.

Os republicanos fora da Casa Branca alertaram que Trump poderia manchar seu legado se ele não tiver uma saída honrosa, corroendo seu futuro poder político.

"Será impossível para ele correr novamente em 2024 se ele for visto como um perdedor ferido", disse uma fonte republicana do Congresso.

Trump diz no Twitter que teve o máximo de votos para um presidente em exercício

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou neste sábado (7) em sua conta do Twitter que teve 71 milhões de votos legais, "o máximo para um presidente em exercício", aponta Em outra publicação, Trump voltou a questionar a apuração dos votos: "os observadores não foram permitidos nas salas de contagem. Aconteceram coisas más que nossos observadores não foram permitidos ver. Milhões de cédulas foram enviadas por pessoas que nunca as pediram", acusou.

Apoiadores de Trump protestam contra eleição de Biden em várias cidades dos EUA

Cantando "Isso não acabou!" e "Parem o roubo!", apoiadores do presidente Donald Trump protestaram em capitais estaduais americanas em todo o país neste sábado, 7, recusando-se a aceitar a derrota e ecoando as alegações infundadas de Trump de que os democratas venceram por meio da fraude.

De Atlanta e Tallahassee a Austin, Bismarck, Boise e Phoenix, multidões que variam em tamanho de algumas dezenas a alguns milhares - alguns deles carregando armas abertamente - lamentaram a notícia da vitória de Joe Biden, após mais de três dias cheios de suspense de votação - a contagem colocou o democrata no topo. Houve conflitos em algumas cidades.

Em Atlanta, cerca de mil apoiadores de Trump protestaram. Não houve registro de violência, mas a polícia interveio em um momento para separar os oponentes de Trump dos apoiadores. Biden detém uma pequena vantagem na Geórgia, que não é democrata desde 1992.

Em Harrisburg, na Pensilvânia, também houve manifestação de cerca de mil apoiadores do republicano, com cerca de duas dúzias de homens fortemente armados. Outros grupos de tamanho semelhante protestaram em Phoenix, no Arizona, e Austin, Texas. Fonte: Associated Press.

Fonte: Reuters/Estadão Conteúdo

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