Cenário político mundial, política fiscal brasileira e COVID-19 devem sustentar volatilidade até o final do ano
Os últimos meses de 2020 prometem ser voláteis, com o desenrolar de eventos políticos de peso, como as eleições presidenciais americanas e o encerramento do período de implementação do Brexit, além da possível conclusão das pesquisas por uma vacina segura contra o novo coronavírus.
Segundo relatório especial desenvolvido pela equipe de Inteligência de Mercado da StoneX, divulgado nesta quinta-feira (22) ao vivo durante evento realizado pelo grupo, a pandemia continua a ser uma ameaça, e dá sinais de que pode transferir seu epicentro para o hemisfério norte no quarto trimestre, conforme as temperaturas recuam e as pessoas se aglomeram em ambientes fechados durante o outono e inverno.
“A alta recente na taxa de transmissão da COVID-19 na Europa e o ressurgimento da doença em regiões do interior dos Estados Unidos implicam na possibilidade de readoção de medidas restritivas de distanciamento social e no risco de perda de dinamismo no processo de recuperação econômica”, avalia o grupo, em relatório.
No Brasil, a continuidade da retomada do nível de atividade, a trajetória das estatísticas fiscais e o progresso da agenda de reformas continuarão no foco dos investidores. Nos últimos meses, o discurso do governo federal trouxe dúvidas sobre sua aderência às medidas de ajuste das contas públicas, compromisso que deve ser colocado à prova na definição do Orçamento de 2021.
“Entre o cenário externo mais volátil e as incertezas domésticas, a taxa de câmbio do real tende a se manter em patamares desvalorizados, estabelecendo as condições para a inserção das commodities brasileiras nos mercados internacionais”, explica o coordenador de Inteligência de Mercado da StoneX, Vitor Andrioli.
No caso da soja, por exemplo, o câmbio favorável aliado às fortes importações chinesas, que foram ainda mais adiantadas devido aos temores do país quanto a possíveis rupturas em cadeias logísticas devido à COVID-19, impulsionou as exportações brasileiras em 2020. A comercialização da produção do ciclo 2020/21 já ultrapassa 50% do total estimado.
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