Venda de diesel no Brasil avança 3,5% em junho; operação de refinarias cresce

Publicado em 29/06/2020 21:12 e atualizado em 30/06/2020 06:51

SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de diesel no Brasil registrou nos 24 primeiros dias de junho uma alta de 3,5% em relação a igual período do ano passado, informou nesta segunda-feira o Ministério de Minas e Energia, indicando uma recuperação em meio à pandemia de coronavírus.

Por outro lado, os números consolidados do mês indicam queda de 8% na comercialização de gasolina em comparação anual. Para o etanol, o tombo é ainda maior, de 22,5%, em momento em que as usinas de cana brasileiras se concentram na fabricação de açúcar em detrimento do biocombustível.

O consumo de combustíveis foi fortemente afetado pela pandemia de Covid-19, em função das medidas de isolamento impostas para conter a disseminação do vírus, o que limitou a circulação de pessoas.

Recentemente, porém, diversos grandes centros brasileiros têm flexibilizado suas quarentenas e iniciado reaberturas econômicas --entre eles, estão São Paulo e Rio de Janeiro.

Em boletim de monitoramento da Covid-19, o ministério destacou ainda que a carga de processamento de refinarias de petróleo no país atingiu no domingo 77% da capacidade, índice semelhante ao visto antes da pandemia.

"Após um período de oscilações na primeira quinzena do mês, em função de incidentes em unidades de processo, a carga global de processamento de petróleo nas refinarias voltou a apresentar crescimento e regularidade, se mantendo em valores equivalentes aos praticados antes do início da pandemia e das medidas de isolamento social no País", disse o boletim do ministério.

Um incêndio em uma das unidades de destilação na refinaria Duque de Caxias (Reduc), em 15 de junho, deixou a planta de refino temporariamente com apenas metade da capacidade de processamento de petróleo, ao paralisar a instalação atingida.

Petrobras tem vendas de diesel maiores que as vistas antes de impacto da Covid-19

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras registrou vendas de 764 mil metros cúbicos de diesel na semana de 14 a 20 de junho, versus 718 mil metros cúbicos na semana anterior e 757 mil metros cúbicos entre 15 e 21 de março, período que antecedeu uma queda brusca na demanda em função das medidas de enfrentamento do coronavírus, de acordo com apresentação em videoconferência nesta segunda-feira.

Na semana de 22 a 28 de março, as comercializações semanais do combustível mais vendido pela Petrobras caíram para 455 mil metros cúbicos, ficando abaixo de 600 mil metros cúbicos por semana até o final de abril.

Depois, avançaram para um pico de 879 mil metros cúbicos entre 3 e 9 de maio. Desde então, ficaram abaixo de 700 mil metros cúbicos apenas na semana de 24 a 30 de maio.

Já as vendas de gasolina da Petrobras somaram 341 mil metros cúbicos na semana de 14 a 20 de junho, versus 336 mil metros cúbicos na semana anterior e 354 mil metros cúbicos entre 15 e 21 de março, antes dos principais impactos da pandemia, segundo dados apresentados pelo gerente-executivo de Comercialização da estatal, Claudio Mastella, durante conferência promovida pela FGV Energia.

Desde que o mercado de combustíveis sofre com as medidas de isolamento social para controle do coronavírus, a Petrobras registrou um pico de venda de gasolina de 459 mil metros cúbicos na semana de 10 a 16 de maio, com uma mínima de 146 mil metros cúbicos entre 22 e 28 de março.

"Diria que passamos pelo pior da crise com uma competência bastante louvável... Brincava que estávamos descendo uma ladeira no escuro... E aos poucos o mercado foi clareando", afirmou Mastella, durante a conferência.

Ele destacou ainda que a empresa está operando com taxas de utilização das refinarias bastante próximas ou até superiores ao período pré-pandemia, confirmando dados publicados nesta segunda-feira pelo Ministério de Minas e Energia.

Petrobras: Venda de gasolina é confortável e a de diesel já superou o pré-crise (Estadão)

A venda de gasolina pela Petrobras está em um nível confortável atualmente, segundo o gerente executivo de Comercialização da estatal, Claudio Mastella, que participou de conferência virtual organizada pela FGV Energia, nesta segunda-feira, 29. Já a venda de óleo diesel, segundo ele chegou a superar o patamar pré-crise. Enquanto o comércio gás liquefeito de petróleo (GLP), cujo consumo avançou no início da pandemia, agora está normalizado.

No início da pandemia, a venda de gasolina caiu a cerca da metade, embora a queda do diesel tenha sido um pouco menor. Ao mesmo tempo, que a de gás de cozinha avançou, possivelmente por causa de uma corrida da população para formar estoque.

Em sua palestra, o gerente da Petrobras apresentou estatísticas de venda da empresa. De 1º de março até 20 de junho, a média de óleo diesel ficou em 689 milhões de litros; a de gasolina, em 312,1 milhões de litros; a de querosene de aviação, em 42,4 mil litros; e a de GLP e butano especial, em 150 mil toneladas.

Na primeira semana de março, a venda de diesel estava em 859 milhões de litros. E na semana de 14 a 20 de junho, ficou em 764 milhões de litros. No início de maio, as vendas ficaram em 879 milhões de litros, acima do volume pré-crise.

No mesmo período, do início de março ao fim deste mês, o comércio de gasolina passou de 480 milhões de litros para 341 milhões de litros. Enquanto o GLP e butano especial passou de 147 mil toneladas para 150 mil toneladas.

"A gente está muito atento às mudanças e oportunidades. Estamos reduzindo custos, flexibilizando dinâmicas de operação e tentando realizar algumas atividades", disse Mastella sobre as mudanças no mercado de combustíveis durante e após a pandemia.

Ecorodovias eleva lucro e receita no 1º tri, mesmo com efeitos iniciais da Covid-19

SÃO PAULO (Reuters) - A operadora de concessões de infraestrutura Ecorodovias teve aumento de receitas e lucro no primeiro trimestre, mesmo sofrendo os primeiros efeitos das medidas de isolamento social por causa da Covid-19 no fim de março.

A companhia, responsável entre outros pelo Sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a capital paulista ao litoral e ao Porto de Santos, reportou nesta segunda-feira lucro líquido de 103,3 milhões de reais para o período, alta de 23% sobre um ano antes.

O aumento refletiu em parte a entrada de novas concessões na base da companhia, como a Eco135, em abril de 2019, e consolidação da Eco050, no mês seguinte.

Assim, o tráfego consolidado de veículos equivalentes pagantes teve alta de 21,2%. Sem isso, o tráfego consolidado teria queda de 3,8%.

O resultado operacional da Ecorodovias medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) pro-forma somou 530,4 milhões, alta de 17,8% ano a ano. A margem Ebitda pro-forma subiu 1,3 ponto percentual, para 69,1%.

A empresa afirmou ter tomado medidas para enfrentar os efeitos econômicos criados pela pandemia como possível adiamento de alguns investimentos, além de contenção de despesas.

A Ecorodovias também antecipou operações de crédito para reforçar o caixa e aderiu ao programa standstill com o BNDES, suspendendo pagamentos de prestações por um seis meses.

A empresa fechou março com caixa de 2,08 bilhões de reais, quase estável em relação ao montante do final de 2019, mas queda de 20% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

A Ecorodovias afirmou no relatório entender que "suas concessões terão direito ao reequilíbrio econômico-financeiro devido aos impactos provocados pela pandemia do Covid-19, considerada como evento de força maior."

Petrobras anuncia novo recorde diário para Búzios, de 664 mil bpd

SÃO PAULO (Reuters) - As quatro plataformas instaladas no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, alcançaram no dia 27 de junho novos recordes de produção, de 664 mil barris de óleo por dia (bpd) e 822 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), disse a Petrobras em comunicado nesta segunda-feira.

Operam em Búzios, o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo, as plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77.

Segundo a estatal, Búzios, descoberto em 2010, "é um ativo de classe mundial, com reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração".

O recorde anunciado nesta segunda-feira supera uma marca anterior das quatro plataformas divulgada em 11 de março, quando a estatal informou produção diária de 640 mil barris diário na véspera, além de 790 mil barris de óleo equivalente.

Financiamento imobiliário cresce 8,2% em maio sobre um ano antes, diz Abecip

SÃO PAULO (Reuters) - O financiamento imobiliário no Brasil com recursos da poupança (SBPE) atingiu 7,13 bilhões de reais em maio alta de 8,2% ante mesmo mês do ano passado, informou nesta segunda-feira a entidade das financiadoras do setor, Abecip.

Em relação a abril, houve alta de 6,5%.

"O volume financiado em maio, segundo mês completo sob isolamento social, foi praticamente igual ao de janeiro, ou seja, no período anterior à pandemia, indicando que houve, até o momento, impacto reduzido da crise do novo coronavírus sobre o crédito imobiliário com recursos do SBPE", afirmou a Abecip.

Nos primeiros cinco meses do ano, os empréstimos destinados à aquisição e à construção de imóveis avançaram 23,2%, atingindo 34,1 bilhões de reais, informou a entidade.

Fonte: Reuters/Estadão Conteúdo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa avança com endosso de petróleo e minério de ferro
Wall Street abre em baixa com pressão de alta nos rendimentos dos Treasuries
Ibovespa sobe na abertura com alta de commodities
Dólar recua em linha com exterior antes de dados de inflação de Brasil e EUA
Poupança tem em setembro maior volume de saques desde janeiro, diz BC
Dólar ronda estabilidade em início de semana marcada por inflação em Brasil e EUA