Lojas de shoppings em SP têm queda de até 90% após reabertura

Publicado em 27/06/2020 06:16 e atualizado em 27/06/2020 07:24

SÃO PAULO (Reuters) - Lojistas de shoppings na capital paulista tiveram queda de até 90% na receita após a reabertura das atividades em relação ao período pré-pandemia, afirmou a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) nesta sexta-feira.

Segundo levantamento da entidade, feito entre 24 e 26 de junho com associados representando quatro mil pontos de venda no país, 32% dos lojistas relataram que o faturamento caiu 90%, enquanto para 41% deles a receita caiu em até 80%.

"A queda foi vertiginosa nas vendas, o que mostra o quanto o setor do comércio foi comprometido com a pandemia. Os prejuízos estimados estão em 35 bilhões de reais e só na grande São Paulo 10% das lojas não vão mais reabrir por falta de condições o que irá aumentar o desemprego, além da queda da arrecadação", afirmou Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.

Em todo o estado há cerca de 180 shoppings que empregam milhares de pessoas, além dos empregos indiretos gerados pela atividade econômica dos empreendimentos.

Para as lojas fora da capital paulista, 35% dos associados informaram uma queda de até 80% no faturamento, seguido de 29% que registraram queda de até 70% nas vendas.

Ainda de acordo com a consulta, 41% dos lojistas afirmaram que as venda online ainda não são relevantes para o faturamento. Para 26,5% esse canal movimenta até 10% do faturamento e 23,5% deles contaram que isso responde por até 20% do total.

Dos entrevistados, 71% afirmam aplicar descontos em produtos para estimular compras, mas 29% diz não ter condições de promover ações específicas no momento.

Prefeitura do Rio antecipa para sábado reabertura do comércio de rua

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, decidiu nesta sexta-feira antecipar para sábado a reabertura do comércio de rua, de salões de beleza e de barbearias na cidade, que originalmente só poderiam voltar a funcionar no princípio de julho.

Crivella disse que a curva de casos da Covid-19 na cidade permite uma antecipação do cronograma de flexibilização das medidas de isolamento. Segundo o plano da prefeitura, as lojas de rua vão abrir antes da abertura dos shoppings centers e fechar antes do fechamentos dos centros comerciais para não sobrecarregar o sistema de transportes e não gerar aglomerações.

“O comércio abre amanhã às 11h da manhã para não coincidir com o horário dos shoppings, que abrem ao meio-dia, e as lojas fecham às 17h, antes do shopping, que fecham às 20h, para não haver aglomerações nos transportes públicos”, disse o prefeito a jornalistas.

Na prática, concentrações de pessoas nunca foram evitadas no transporte público da capital fluminense desde o início das medidas de flexibilização do isolamento, seja pela falta de fiscalização seja pela escassez de ônibus circulando na cidade.

Os estabelecimentos autorizados a funcionar terão que cumprir regras de limpeza, asseio e ventilação, além de oferecerem álcool gel e exigirem o uso de máscaras. O comércio de rua só poderá operar com um terço da capacidade.

Na semana que vem, a prefeitura do Rio também vai promover a reabertura de bares, restaurantes e academias, no âmbito da terceira fase do programa de retomada das atividades na cidade.

“O Rio começou a reabertura há cerca de um mês e as curvas, diferentemente do que profetizavam ou agouravam, que haveria um caos, as curvas se mantiveram em descendência”, disse Crivella.

A reabertura das atividades na cidade foi planejada para ser feita de forma gradual e em seis fases. Atualmente, a capital fluminense está na segunda fase, e a progressão para a fase 3 está programada para ocorrer em 2 de julho.

Apesar das medidas, o Rio continua a registrar novos casos e mortes por Covid-19. Nesta sexta feira, o Estado contabilizou mais 137 mortes e 2.600 casos da doença. Agora, o Rio de Janeiro tem 108.497 mil casos e 9.587 mortes por Covid-19.

A capital concentra a maiorias de casos e óbitos: 55.152 e 6.264.

Enquanto a cidade do Rio de Janeiro antecipa a retomada das atividades, outra grande capital, Belo Horizonte, decidiu recuar nas medidas de afrouxamento e, a partir de segunda-feira, o comércio voltará a fechar as portas. A prefeitura anunciou que apenas as atividades essenciais poderão funcionar.

A medida foi tomada cerca de um mês depois da reabertura, à medida que os casos de Covid-19 dispararam na capital mineira e a taxa de ocupação dos hospitais atingiu cerca de 90%.

“Estamos em guerra... o bombardeio chegou à nossa cidade e vamos ter que contorná-lo”, afirmou a jornalistas o prefeito Alexandre Kalil.

Doria autoriza capital a reabrir bares e salões de beleza; mudança vale no dia 6

O governo do Estado de São Paulo autorizou a capital paulista a liberar o funcionamento de bares, restaurantes, barbearias e salões de beleza, ainda com restrições, além de ampliar o horário de funcionamento do comércio de rua, de shoppings e de escritórios. A liberação também vale para a região do ABC e o sudoeste da Grande São Paulo, que inclui cidades como Itapecerica da Serra e Embu das Artes.

Entretanto, essa liberação só ocorrerá a partir do dia 6, adiando a data de reabertura esperada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). Na quarta, Covas havia afirmado que esperava pela reabertura dos novos setores a partir da segunda-feira, dia 29, condicionando o processo à assinatura de protocolos entre as entidades que representam essas atividades e a Prefeitura.

"A recomendação é que, apesar de o Município estar agora na fase amarela, a gente vai esperar uma semana. Portanto, será a classificação que teremos na sexta-feira que vem para que o Município possa abrir aquilo que a fase amarela permite. O Centro de Contingência pediu que a Prefeitura aguarde mais uma semana para confirmar os números. O município vai acatar essa solicitação do Centro de Contingência", declarou o prefeito ontem.

Por outro lado, a gestão João Doria (PSDB) ampliou em mais cinco o número de regiões do interior do Estado com restrições mais severas ao funcionamento do comércio, totalizando nove áreas onde apenas serviços essenciais estão autorizados: Araraquara, Franca, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Bauru, Sorocaba, Registro e Piracicaba. A região de Barretos, que estava com restrições máximas, foi autorizada a liberar comércio de rua, shoppings e escritórios, mas ainda não restaurantes ou salões de beleza.

Na prática, na semana que vem, apenas Barretos poderá relaxar as regras da quarentena, segundo a reavaliação do Plano São Paulo divulgada nesta sexta. Parte do Estado terá de ampliar as restrições enquanto capital e as duas áreas da região metropolitana que migraram para a fase amarela terão de aguardar mais uma semana para que suas atividades tenham menos restrições

Nesta sexta-feira, o Estado chegou a um total de 258.508 novos casos confirmados de covid-19. Foram mais 9.921 em 24 horas, segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. O total de mortes passou de 13.759 para 13.966.

O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, disse que "nenhuma região regrediu por capacidade hospitalar". "O que afetou o interior, vindo para a fase vermelha, foi a evolução de casos. Com essa atualização, 64,18% do Estado, quase 30 milhões, ficam na fase 2 e na fase 3."

Com a mudança de classificação da capital dentro do Plano São Paulo, lojas de rua e de shoppings poderão funcionar seis horas por dia (até aqui, eram quatro horas) e receber até 40% dos clientes, ante os atuais 20%. No caso dos bares e restaurantes, eles terão autorização para receber público durante seis horas/dia. As entidades do setor negociam para que o horário seja fracionado, com três horas no almoço e três horas no jantar

Barbearias, manicures e salões de beleza também poderão funcionar por um período de seis horas, e terão de usar apenas 40% da capacidade. Os detalhes de como isso será feito na prática não foram divulgados.

Repercussão

A Associação Brasileira de Bares e Restaurante já havia enviado uma sugestão de protocolo sanitário à Prefeitura nesta semana. Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP) diz que o efeito ainda precisará ser analisados. "Muitos pensam em não reabrir porque sabem que vai sair caro", disse o presidente, Percival Maricato, à Veja.

Embora o setor de bares e restaurantes venha tentando negociar a liberação das calçadas, o entendimento da gestão Bruno Covas (PSDB) é que essa medida seria de difícil fiscalização e poderia estimular aglomerações do lado de fora desses locais. Por isso, o apelo não deve se acatado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Fonte: Reuters/Estadão Conteúdo

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