China pede que exportador de alimento declare produto livre de coronavírus

Publicado em 19/06/2020 09:05 e atualizado em 19/06/2020 10:09

Por Dominique Patton

PEQUIM (Reuters) - A autoridade aduaneira da China pediu que os exportadores de alimentos ao país assinem uma declaração de que seus produtos não estão contaminados pelo novo coronavírus, disseram três pessoas que receberam uma carta nesta sexta-feira.

A declaração, vista pela Reuters, pode ser um esforço da China para reduzir os testes adicionais realizados em alimentos importados na última semana e responsabilizar os exportadores por garantir a segurança de seus produtos, afirmou um importador de carne que assinou.

Ele se recusou a ser identificado devido à sensibilidade do problema.

A associação francesa da indústria de suínos Inaporc também recebeu o aviso, disse uma autoridade.

A Administração Geral das Alfândegas da China não respondeu imediatamente a um fax solicitando comentários.

A declaração diz que o exportador está disposto a cumprir as leis chinesas e também orientações da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), das Nações Unidas, para garantir que os alimentos importados pela China não sejam contaminados pelo vírus que causa a COVID-19.

"No caso de um novo caso/caso suspeito de Codiv-19 ser detectado em uma empresa de alimentos, ou se houver risco de contaminação de produtos alimentícios exportados para a China, estamos dispostos a tomar todas as medidas necessárias para eliminar os riscos de segurança alimentar e proteger a saúde do consumidor ", acrescenta.

Pequim começou a testar alimentos importados para o coronavírus após um surto no mercado atacadista de alimentos na semana passada.

Em Tianjin, o principal porto de Pequim, as autoridades estão testando todos os contêineres de carne, disseram os importadores.

Mais de 30 mil amostras de carne, frutos do mar, legumes e frutas foram testadas entre os dias 11 e 17 de junho.

Todos tiveram resultado negativo para o coronavírus, segundo a alfândega na quinta-feira.

"É muito caro e demorado testar todos os produtos. Eles estão pedindo aos fornecedores que assinem esta carta para que voltem ao normal", disse o exportador de carne.

Quanto peso a declaração terá, no entanto, não está claro.

"Se qualquer remessa tiver Codiv-19, ela será destruída de qualquer maneira, com ou sem a carta", disse outro fornecedor de carne que não a assinou.

(Por Dominique Patton, com reportagem adicional de Emily Chow em Xangai e Gus Trompiz em Paris)

Não há evidências de transmissão de COVID-19 através de alimentos, diz especialista chinês

Beijing, 19 jun (Xinhua) -- Nenhuma evidência foi encontrada de que o novo coronavírus se espalhe pela ingestão de alimentos, incluindo frutos do mar, disse o epidemiologista Feng Luzhao nesta sexta-feira em resposta à preocupação pública sobre a segurança de produtos frescos.

Estudos mostram que o novo coronavírus é transmitido mais comumente através de gotículas respiratórias e contatos próximos, salientou o pesquisador do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, em uma entrevista coletiva em Beijing.

Ele acrescentou que outro risco vem da exposição prolongada a aerossóis concentrados em um ambiente relativamente fechado.

Apesar de uma pequena chance de transmissão pelo trato digestivo, Feng sugeriu a higienização dos alimentos, o tratamento adequado dos alimentos e a desinfecção de utensílios de cozinha e de mesa como precauções.

Recuperação econômica da China continua em maio com COVID-19 amplamente sob controle, diz especialista

Washington, 18 jun (Xinhua) -- A restauração econômica da China continuou em maio, com "forte recuperação" das despesas dos consumidores, manufatura e investimento e com a pandemia da COVID-19 amplamente sob controle, segundo um especialista de investimento dos EUA.

"Ao pensar sobre as perspectivas para a economia chinesa, um dos fatores mais importantes é se o coronavírus permanece sob controle", escreveu Andy Rothman, estrategista de investimentos da empresa de investimentos Matthews Asia, sediada em São Francisco, em uma análise no início desta semana.

Atualmente, "uma combinação de testes, rastreamento de contatos e distanciamento social, bem como uma quarentena rigorosa de todas as chegadas internacionais parece estar mantendo o vírus em grande parte afastado", disse ele.

Observando que os negócios na China vêm sendo gradualmente abertos e a vida está começando a voltar à normalidade, Rothman disse que a recuperação das vendas de automóveis e imóveis em maio refletiu que "os consumidores ricos e de classe média têm dinheiro e confiança no futuro suficientes para gastar."

"E não foram apenas os itens caros que se recuperaram no mês passado. As vendas de serviços de catering e locais de consumo alcoólico aumentaram 31% em maio na base mensal, após um aumento mensal de 26% em abril", disse ele.

Embora o desemprego continue sendo uma preocupação, a ausência de inquietação social e a recuperação das despesas do consumidor sugerem que o apoio do governo chinês para trabalhadores e negócios "ofereceu um efeito amortecedor para muitos que perderam o emprego", estabelecendo o fundamento para uma recuperação econômica, disse o especialista.

Rothman também constatou que essa recuperação econômica saudável foi conseguida sem um estímulo dramático, já que o crescimento do crédito apenas acelerou de forma modesta.

"Isso destaca a força de uma recuperação orgânica e deixa o governo com bastante escolha caso a recuperação mostre sinais de enfraquecimento", disse ele.

Como a China se tornou uma economia movida pela demanda doméstica, Rothman acredita ser improvável que uma possível recessão global causada pela COVID-19 interrompa a recuperação econômica em curso do país.

"No ano passado, o consumo doméstico representou quase 60% do crescimento do PIB. O valor bruto das exportações foi igual a 17% do PIB da China, mas quase 30% dessas exportações foram bens processados para quais pouco valor foi agregado na China", afirmou ele.

Fonte: Reuters/Xinhua

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