Aquisição argentina da Vicentin pode anular a oferta da Glencore pela Renova, dizem fontes
Por Hugh Bronstein
BUENOS AIRES (Reuters) - Uma oferta planejada pela Glencore para comprar a participação restante em sua joint venture argentina de esmagamento de soja, Renova, provavelmente será anulada pelo plano do governo de uma aquisição estatal do parceiro falido Vicentin, disseram à Reuters duas fontes próximas à situação.
No entanto, a aquisição planejada pelo governo da Vicentin, que detém 33% da Renova ao lado da parceira majoritária Glencore, não deve prejudicar as exportações agrícolas da Argentina, disseram as duas fontes, que pediram para não serem identificadas devido à sensibilidade política do assunto.
A Glencore e a presidência se recusaram a comentar. Uma fonte do governo, que também pediu para não ser identificada, disse que era muito cedo para o Estado decidir o que faria com a participação da Vicentin na Renova.
O presidente argentino de centro-esquerda, Alberto Fernandez, decretou na segunda-feira uma intervenção na Vicentin, que foi o principal exportador de subprodutos de soja no país, enquanto seu governo busca a aprovação do Congresso para uma aquisição estatal da companhia.
A Renova, localizada às margens do rio Paraná, no polo produtor de soja do Rosário, é uma das maiores plantas de esmagamento do mundo.
A Glencore, que possui 66,7% da Renova, se ofereceu para comprar a participação da Vicentin na fábrica por 325 milhões de dólares, informou a Reuters anteriormente, mas o acordo ficou atolado nos processos de falência da Vicentin.