S&P 500 e Dow caem antes de Fed, mas Nasdaq crava novo recorde

Publicado em 09/06/2020 19:49

(Reuters) - Os índices S&P 500 e Dow Jones recuaram nesta terça-feira, interrompendo fortes ganhos recentes, à medida que o foco se deslocou para o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), enquanto o Nasdaq encerrou em máxima recorde pelo segundo dia consecutivo, após avançar brevemente acima da marca de 10 mil pontos pela primeira vez.

Nesta terça, o Fed iniciou uma reunião de dois dias. Embora não sejam esperados grandes anúncios em torno da política monetária quando o BC dos EUA encerrar encontro na quarta-feira, investidores vão examinar apontamentos do Fed em torno da saúde da economia, que tem sido reaberta depois de fechamentos em decorrência do coronavírus.

Os ganhos do Nasdaq vieram de fortes valorizações de ações relacionadas à tecnologia, um dia após o índice ter se tornado o primeiro dos principais de Wall Street a confirmar um novo mercado de alta ("bull market"). As ações da Apple tiveram aumento de 3,2%, dando o maior impulso ao Nasdaq nesta terça-feira.

"Parece-me uma realização reflexiva como resultado de um tremendo rali na semana passada. Não há manchetes que enunciem um catalisador de baixa para mim", disse Mike Zigmont, chefe de negociação e pesquisa da Harvest Volatility Management em Nova York.

O índice Dow Jones caiu 1,09%, a 27.272 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,779918%, a 3.207 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,29%, a 9.954 pontos.

Bolsas de NY fecham sem direção única, mas com novo recorde da Nasdaq

Depois do rali dos últimos dias, o mercado acionário dos Estados Unidos passou por uma realização de lucros nesta terça-feira, 9, e, com isso, as bolsas de Nova York fecharam sem direção única. O índice Nasdaq, no entanto, impulsionado por ações de empresas de tecnologia e serviços de comunicação, renovou a máxima histórica de fechamento e chegou a operar acima dos 10 mil pontos durante o pregão.

O índice Dow Jones encerrou em baixa de 1,09%, a 27.272,30 pontos, e o S&P 500 recuou 0,78%, a 3.207,18 pontos. O Nasdaq, no entanto, subiu 0,29%, a 9.9953,75 pontos, nova máxima histórica de fechamento, depois de ter ultrapassado os 10 mil pontos durante o pregão.

"Após vários dias de ralis incansáveis, os ativos de risco estão claramente sob alguma pressão para realização de lucros, à medida que os traders conseguem ganhos em níveis-chave", comenta o analista Boris Schlossberg, da BK Asset Management. "A precificação de 'risk-off' de hoje parece ter sido desencadeada pela realização de lucros", comentam analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH), na mesma linha.

Ações de empresas de tecnologia e de serviços de comunicação, porém, seguiram em alta. Os papéis da Amazon subiram 3,04% e os do Facebook avançaram 3,14%. A Apple fechou com ganhos de 3,16%, depois da informação divulgada pela Bloomberg de que a companhia pode anunciar uma mudança para colocar seus próprios microchips nos computadores Macs.

A ação da Boeing, por outro lado, caiu 5,97%, após a Comissão Europeia informar que espera para julho uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre subsídios dos EUA à companhia, o que pode levar a sanções, caso a OMC entenda que houve tratamento preferencial.

No S&P 500, os únicos subíndices que fecharam em alta foram os de tecnologia (+0,48%) e de serviços de comunicação (+0,18%). As perdas foram lideradas pelos setores de energia (-3,59%) e industrial (-2,51%).

"Esse poderoso rali em ações em dias recentes, juntamente com a realidade econômica ainda muito negativa, continua a confundir muitos observadores do lado de fora do mercado e, acreditamos, tem o potencial de alimentar a agitação social", alertam analistas do BBH. O banco americano, no entanto, ressalta que os fatores determinantes para o otimismo nos mercados são os estímulos fiscais e monetários "maciços", notícias específicas de setores como o de tecnologia e os processos de reabertura econômica.

Nesta quarta-feira, 10, o mercado irá acompanhar a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Para analistas, a instituição deve manter os juros na faixa entre 0% e 0,25% ao ano.

Fonte: Reuters/Estadão Conteúdo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar cai ante real com fluxo de venda de moeda e alta do petróleo
Ibovespa fecha com alta tímida em dia de ajustes e volume fraco
Vice-presidente, Geraldo Alckmin, e presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, anunciam investimentos de mais de R$ 18,3 milhões para preparar empresas para exportação
Taxas de juros futuras têm alta firme no Brasil com dados de emprego nos EUA e alta do petróleo
Dólar recua ante o real com apetite por risco global após dados de emprego dos EUA
Wall Street sobe após dados fortes de emprego nos EUA elevarem confiança