SP: movimentos pró-democracia remarcam atos para o Largo do Batata
Após a decisão da Justiça estadual de proibir protesto antagônicos na Avenida Paulista no próximo domingo, 7 grupos pró-democracia remarcaram seus atos para o Largo do Batata, no bairro de Pinheiros. Em comunicados sobre a mudança de local, os movimentos afirmaram que vão cumprir a determinação judicial, mas criticaram a "violação do direito à manifestação".
"Nós, torcedores articulados no Movimento Somos Democracia, ativistas do movimento negro e da Frente Povo Sem Medo entendemos que essa decisão atenta à liberdade de manifestação. Apesar disso, para garantia da integridade física dos manifestantes, comunicamos a decisão de mudança do local do ato em São Paulo para o Largo da Batata às 14h", diz uma nota conjunta dos movimentos Somos Democracia, Frente Povo Sem Medo e Ato Urgente SP - Vidas Negras Importam.
A nota ainda afirma que o grupo reforçou as medidas sanitárias para a realização do protesto, com a criação de uma brigada de saúde, para orientação dos manifestantes e ações como a distribuição de máscaras e álcool em gel. As entidades também garantem que vão respeitar um distanciamento social de pelo menos 1,5 m durante a manifestação.
"Não vamos aceitar censura nem intimidação! Estaremos nas ruas em defesa da democracia, contra o fascismo e o racismo", conclui a nota.
Na sexta-feira, 5, a Justiça de São Paulo proibiu que grupos de apoiadores do presidente e opositores do governo se reúnam no mesmo horário em manifestações na Avenida Paulista. A decisão atende ao pedido do Governo do Estado, que pediu o cancelamento dos atos para evitar confrontos.
No último domingo, 31, protestos que começaram pacíficos terminaram em tumulto, quando manifestantes favoráveis e contrários ao governo entraram em confronto. A Polícia Militar de São Paulo precisou intervir, mas integrantes de movimentos pró-democracia criticaram o uso desigual da força contra cada lado. O governador João Doria (PSDB) chegou a ir a público para dizer que os órgãos de Segurança Pública do Estado agiram para preservar a integridade física dos dois grupos e que não têm preferência política.
Juiz proíbe protestos de ‘grupos antagônicos’ na Paulista no próximo domingo
A Justiça de São Paulo decidiu nesta sexta-feira, 5, proibir que grupos de apoiadores do presidente e opositores do governo se reúnam no mesmo horário em manifestações na Avenida Paulista no próximo domingo, 7.
Atendendo a pedido do governo do estado, o juiz Rodrigo Galvão Medina determinou, no plantão judiciário desta noite, que atos convocados por ‘grupos manifestantes manifestamente antagônicos entre si’ sejam cancelados.
No último domingo, 31, um ato contra o governo, autointitulado pró-democracia e antifascista e organizado por grupos ligados a torcidas de futebol na Avenida Paulista, terminou em confronto entre manifestantes e apoiadores do presidente e também com a Polícia Militar – que interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o início de uma briga em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). A confusão, que durou ao menos uma hora, tomou conta da avenida e deixou um rastro de destruição: vidros quebrados, caçambas de lixo e entulho revirados e fogo ateado em objetos no meio da via. Seis pessoas foram detidas, segundo a PM.
Hoje mais cedo, uma reunião entre Polícia Militar, Ministério Público Estadual e ativistas pró e contra o governo terminou sem acordo e três manifestações de rua estavam mantidas para o domingo.
Os atos a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra as políticas de isolamento social determinadas pelo governador João Doria (PSDB) já se arrastam há semanas. Diante da escalada da ofensiva bolsonarista, manifestantes insatisfeitos com o governo saíram às ruas no último final de semana, pela primeira vez desde o início da quarentena, para protestar contra o presidente e a favor da democracia.