'Precisamos reabrir nossas escolas e voltar ao trabalho o mais rápido possível', diz Trump

Publicado em 17/05/2020 13:36 e atualizado em 17/05/2020 15:10

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país seguirá um plano de transição para reabrir a economia após o pico de contágio do novo coronavírus pois "muitas pessoas estão morrendo por causa da quarentena". "Elas não podem sair e estão perdendo seus empregos", afirma o mandatário.

Em entrevista exclusiva transmitida pela Fox Business neste domingo, 17, o presidente norte-americano afirmou que o pesquisador e imunologista Anthony Fauci "é uma pessoa muito boa", mas que discorda dos posicionamentos do cientista quanto à reabertura do país.

-- "Nós precisamos reabrir nossas escolas o mais rápido possível", afirmou. "Eu acho que nós temos que voltar ao trabalho", insistiu.

Trump diz acreditar ainda que "teremos uma vacina para covid-19 até o final do ano" e afirmou que está "muito decepcionado com a China" após o curso da pandemia.

O presidente norte-americano também afirmou que, em meio à crise econômica desencadeada pelo novo coronavírus, é um bom momento para o dólar estar fortalecido ante outras moedas e que o país intensificará a produção industrial nos próximos anos.

-- "Devemos fazer tudo nos Estados Unidos", disse Trump.

  • O Chairman do Federal Reserve, Jerome Powell.

Powell, do Fed, diz que retomada econômica plena depende de vacina para Covid-19

WASHINGTON (Reuters) - O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que uma recuperação econômica dos EUA pode se estender até 2021 e um retorno total pode depender de uma vacina contra o coronavírus.

-- "A economia se recuperará. Pode demorar um pouco ... Pode estender-se até o final do próximo ano. Realmente não sabemos", disse Powell em comentários transmitidos na CBS, como parte de uma entrevista pré-gravada mais longa, que será transmitida neste domingo à noite no noticiário "60 Minutes" da rede.

-- "Supondo que não haja uma segunda onda do coronavírus, acho que você verá a economia se recuperar de forma constante até o segundo semestre deste ano. Para que a economia se recupere completamente, as pessoas terão que estar totalmente confiantes e que talvez tenham que aguardar a chegada de uma vacina".

Até agora não houve aumento do coronavírus em locais que reabriram, dizem EUA

WASHINGTON (Reuters) - Autoridades norte-americanas ainda não estão vendo aumento nos casos de coronavírus em locais que estão reabrindo, mas ainda é cedo para determinar essa tendência, disse o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, neste domingo.

    "Estamos observando que em lugares que estão abrindo, não estamos vendo esse aumento nos casos", disse Azar no programa "State of the Union", da CNN. "Ainda vemos aumento em algumas áreas que estão fechadas."

    No entanto, Azar afirmou que identificar e relatar novos casos leva tempo. Uma parte crítica da reabertura será a vigilância de sintomas semelhantes aos da gripe na população e outros dados de internações hospitalares, bem como o teste de indivíduos assintomáticos, segundo ele.

    "Ainda é cedo", advertiu Azar em entrevista ao "Face the Nation", da CBS. Ele disse que os dados levarão algum tempo para chegar de Estados que reabriram cedo, como Geórgia e Flórida.

    Quase todos os 50 Estados dos EUA começaram a permitir que alguns negócios reabram e os moradores se movam mais livremente, mas apenas 14 Estados cumpriram as diretrizes do governo federal para suspender medidas destinadas a combater a pandemia, segundo uma análise da Reuters.

    Presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi disse ser impossível conhecer a trajetória do vírus, que matou quase 90 mil pessoas no país, sem mais testes.

    "Não temos ideia do tamanho desse desafio para o nosso país, porque ainda não testamos o suficiente", afirmou Pelosi à CBS.

    Lei aprovada pela Câmara dos Deputados na sexta-feira fornece as chaves para uma reabertura bem-sucedida: testes, rastreamento e tratamento, disse ela. Os republicanos classificaram o projeto como morto ao chegar ao Senado.

    Os EUA ficaram muito atrás da maioria dos outros países em testes de coronavírus que as autoridades de saúde pública consideram essenciais para evitar novos surtos.

    Azar colocou a responsabilidade nos governos locais em lidar com os planos de reabertura, no momento em que norte-americanos confinados começam a se reunir em bares, praias e parques.

  "Essas são determinações muito localizadas. Não há uma fórmula única para reabrir, mas precisamos reabrir, porque não se trata de saúde versus economia. É saúde versus saúde", disse ele.

Fonte: Estadão Conteúdo/Reuters

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