Ibovespa fecha em queda com saída de ministro agravando receios com a pandemia

Publicado em 15/05/2020 17:14 e atualizado em 15/05/2020 18:41

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, com a renúncia do ministro de Saúde adicionando ruídos ao cenário político, em meio a um ambiente já complicado para o mercado financeiro brasileiro em razão de desdobramentos da pandemia do Covid-19.

Uma bateria de resultados corporativos também ocupou as atenções, enquanto agentes financeiros continuam reavaliando preços de ações após alguma recuperação no mês passado, diante de um cenário econômico ainda sombrio.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,35%, a 77.943,98 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo oscilado dos 77.426,10 pontos aos 79.538,23 pontos. O volume financeiro somava 23,78 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 2,89%, também de acordo com dados antes do ajuste de fechamento.

Juros destoam de câmbio e Bolsa, e fecham a semana em queda

Na contramão do câmbio e da Bolsa, os juros futuros encerraram a semana em queda nesta sexta-feira, 15, à medida que os fundamentos para as taxas emergiram. A demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde foi suplantada pela reaproximação do presidente Jair Bolsonaro com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Desta forma, o conteúdo das recentes comunicações do Banco Central (comunicado pós-Copom e ata) voltou à mesa, com a mensagem de corte de juros em junho.

Ao fim da sessão regular, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,560%, ante 2,640% no ajuste desta quinta, 14. O janeiro 2022 recuou de 3,660% para 3,510%. E o janeiro 2027 passou de 7,880% para 7,82%.

"A discussão fiscal e política dos últimos dias fez o mercado perder um pouco de foco na política monetária. Daí a poeira abaixa com a reaproximação de Maia e Bolsonaro, e o mercado vê que o fundamento é juro para baixo. Hoje a curva conseguiu refletir melhor isso", resumiu o economista-chefe da Garde Asset Management, Daniel Weeks.

Weeks pontua que tanto o comunicado quanto a ata deixaram a porta aberta para um corte de até 75 pontos-base na Selic em junho.

Na sessão de hoje, a precificação para a redução de 0,50 ponto porcentual alcançou 64%, segundo cálculos do estrategista-chefe do Mizuho, Luciano Rostagno. Os 36% restantes são apostas em 25 pontos-base, que ganharam fôlego ao longo da semana diante do acirramento político. (Estadão Conteúdo)

 

Fonte: Reuters/Estadão Conteúdo

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