Bolsonaro: isolamento (como no Maranhão) mostra como é viver na Venezuela
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais neste domingo para voltar a criticar o isolamento social, desta vez sugerindo que o lockdown de São Luís no Maranhão e medidas similares de outros Estados confinam as pessoas a passarem fome em casa e mostram como é viver na Venezuela.
O presidente publicou um vídeo que mostra um policial militar fiscalizando o cumprimento do lockdown em um ônibus."'Documento e declaração de que vai trabalhar'... Se não tem, desce. Assim o povo está sendo tratado e governado pelo PCdoB/MA e situações semelhantes em mais Estados. O chefe de família deve ficar em casa passando fome com sua família. Milhões já sentem como é viver na Venezuela", escreveu.
Desde o início da pandemia de coronavírus, Bolsonaro tem atacado prefeitos e governadores que adotam medidas mais duras de isolamento social.
O presidente reclama dos efeitos econômicos dessas medidas e faz alertas sobre o desemprego e possível caos social delas decorrentes. Por outro lado, especialistas dizem que o isolamento social é o único modo disponível no momento para frear a propagação do vírus, que no Brasil já matou mais de 10 mil pessoas.
No caso de São Luís, o lockdown, a forma mais restritiva de isolamento em meio à epidemia de coronavírus, foi determinado pela Justiça e está sendo aplicado, de bom grado, pelo governador do Estado, Flavio Dino (PCdoB).
Bolsonaro cita aumento do desemprego e questiona se o caos se aproxima
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro questionou numa rede social neste sábado se o país está se aproximando do caos devido ao aumento do desemprego, em meio à pandemia do novo coronavírus.
"O exército de desempregados cada vez aumenta mais. O caos se aproxima ???", publicou o presidente em sua conta no Facebook.
Desde o início da epidemia da Covid-19 no Brasil, Bolsonaro vem dando destaque aos efeitos econômicos negativos, especialmente no nível de emprego, da paralisação de atividades adotadas por governadores e prefeitos como forma de frear a disseminação da doença.
O presidente critica duramente essas medidas, apesar dos seguidos recordes de casos e mortes por coronavírus no país e de especialistas afirmarem que o chamado isolamento social reduz a propagação do vírus.
Mais de uma vez o presidente disse que a paralisação das atividades e aumento do desemprego levarão a saques e distúrbios no país.
STJ derruba decisão de tribunal que obrigava Bolsonaro a entregar resultados de exame de Covid-19
-
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, acatou recurso da Advocacia-Geral da União e derrubou decisão anterior que obrigava o presidente Jair Bolsonaro a entregar os resultados dos exames sobre o novo coronavírus que realizou, após o jornal O Estado de S. Paulo recorrer à Justiça para ter acesso aos documentos, segundo o despacho do magistrado na noite desta sexta-feira.
A medida tinha sido determinada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) na quarta. Para o presidente do STJ, contudo, a administração pública não pode ser compelida a apresentar o resultado de exames de saúde de pessoa física ocupante de cargo público, pois isso extrapola seu âmbito de atuação.
"Ademais, agente público ou não, a todo e qualquer indivíduo garante-se a proteção à sua intimidade e privacidade, direitos civis sem os quais não haveria estrutura mínima sobre a qual se fundar o Estado Democrático de Direito", afirmou o presidente do STJ.
Na semana passada, Bolsonaro afirmou, em entrevista à Rádio Guaíba, que “talvez” já pode ter sido infectado pelo novo coronavírus. Anteriormente, ele tinha dito que os dois testes que fez deram negativo.
“Eu talvez já tenha pegado esse vírus no passado, talvez, talvez, e nem senti”, afirmou o presidente à rádio.
Na ocasião, Bolsonaro justificou a decisão de não revelar o laudo do exame com o argumento de que isso pertence à “nossa intimidade” e que não é obrigado a “mostrar para ninguém” que está contaminado ou não.
“Não cabe à Justiça se intrometer nessa questão”, criticou ele, ao acrescentar que, se no final a Justiça determinar a entrega do documento, ele iria cumprir a ordem.
Governo entrega vídeo de reunião ministerial citada por Moro de cobrança de Bolsonaro sobre PF
BRASÍLIA (Reuters) - O Palácio do Planalto entregou no final da tarde desta sexta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) um HD em que consta a íntegra do vídeo de uma reunião ministerial, ocorrida no dia 22 de abril, na qual, de acordo com o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
A entrega do vídeo foi feita pessoalmente pelo advogado-geral da União, José Levi Mello, no gabinete do ministro do STF Celso de Mello, segundo documento obtido pela Reuters.
Em despacho logo após o recebimento do vídeo, Celso de Mello determinou o sigilo temporário do HD até que analise pedidos feitos pelo advogado-geral da União e pela defesa de Moro.
Segundo depoimento prestado por Moro no âmbito de investigação sobre as acusações que fez contra Bolsonaro, o presidente teria dito na reunião que iria interferir em todos os ministérios e, quanto à pasta da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o superintendente da PF no Rio, trocaria o diretor-geral da corporação e o próprio ministro da Justiça. Esse episódio ocorreu dois dias antes de Moro pedir demissão do cargo.